14/07/2015 - 18:04
Nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dará uma entrevista coletiva dedicada ao acordo obtido sobre o programa nuclear iraniano, bastante criticado pelos legisladores republicanos.
Obama responderá amanhã às perguntas dos jornalistas na Casa Branca, anunciou o porta-voz Josh Earnest, acrescentando que Obama já está falando com alguns congressistas sobre o tema.
A democrata favorita na corrida pela Casa Branca, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, também foi procurada pelo presidente.
Nesta terça, o Irã e os países do grupo P5+1 concluíram um acordo que, praticamente, impossibilitará Teerã de construir uma bomba atômica durante vários anos, em troca da suspensão das sanções internacionais que pesam sobre o país e afundam sua economia.
O P5+1 é formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) e pela Alemanha.
Hoje de manhã, Obama saudou o acordo, em uma declaração na Casa Branca, junto com o vice-presidente Joe Biden.
“Esse acordo não está baseado na confiança, está baseado em verificações. Os inspetores poderão ter acesso 24 horas por dia às instalações nucleares iranianas essenciais”, garantiu.
O presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, criticou duramente a decisão.
“No lugar de deter a proliferação de armas nucleares no Oriente Médio, esse acordo vai, provavelmente, disparar a corrida por armas nucleares no mundo”, denunciou Boehner, acrescentando que os congressistas americanos “vão examinar cada detalhe desse acordo minuciosamente”.
Por enquanto, os congressistas republicanos prometem dar uma “chance” ao Executivo e estudar, detalhadamente, as 109 páginas do documento durante as audiências que começam ainda este mês.
Se concluírem que o acordo nuclear é ruim, seu objetivo será convencer uma parte da minoria democrata a votar com eles em setembro – após o recesso parlamentar de agosto – uma resolução que proíba Obama de suspender a menor sanção que seja.
Para impedir um eventual veto presidencial, é necessária maioria de dois terços.
Inicialmente, os congressistas têm 60 dias para votar e até 82 dias em caso de veto. A contagem regressiva começará quando o Executivo enviar para o Congresso, em cinco dias, os documentos do acordo.
Israel também reagiu.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repeliu de forma imediata o que considerou “um erro histórico”, que permitirá ao Irã financiar sua “máquina de terror”.
“Israel não está vinculado a este acordo com o Irã (…) Saberemos nos defender”, frisou.