O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedirá ao Congresso cerca de US$ 1,8 bilhão para um fundo de urgência de luta contra o vírus do Zika, que se propaga rapidamente por todo o continente americano.

Em nota oficial, a Casa Branca informou nesta segunda-feira que Obama apresentará “em breve” um pedido formal ao Congresso por esses recursos para “fortalecer nossos esforços de preparação e resposta ao vírus zika, tanto no âmbito doméstico quanto internacional”.

Em declarações à emissora de televisão CBS, Obama disse que é necessário “levar isso muito a sério”. Ele ressaltou, porém, que se deve evitar “o pânico”.

“A boa notícia é que, ao contrário do ebola, ninguém morre de zika. Muita gente contrai o vírus e nem fica sabendo. Mas sabemos que, aparentemente, há um risco significativo para grávidas, ou mulheres que planejem engravidar”, comentou.

De acordo com a Casa Branca, o pedido de Obama ao Congresso contempla US$ 828 milhões de fundos de emergência ao Centro de Controle e de Prevenção de Doenças, e US$ 200 milhões para investigações para o desenvolvimento de uma vacina.

Obama também pedirá ao Congresso, controlado pelo Partido Republicano, um pacote de US$ 335 milhões que serão destinados, por meio da Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAid), para países afetados pelo surto de zika.

O Departamento de Estado americano seria receptor de um pacote adicional de US$ 41 milhões para auxílio a americanos no exterior e “suporte aos esforços do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil”.

O Brasil é o mais afetado pelo zika e com maior número de casos registrados de microcefalia em recém-nascidos.

A proposta a ser enviada ao Congresso também inclui US$ 250 milhões para a assistência médica via seguros de saúde, e US$ 210 milhões para a criação de novos centros de resposta ao surto, assim como de apoio a centros comunitários de saúde em Porto Rico.

Na sexta-feira, o governador deste estado livre associado aos Estados Unidos, Alejandro García Padilla, declarou situação de emergência sanitária na ilha.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já declarou emergência médica global diante da rápida propagação do vírus, e vários países tomaram a iniciativa de pedir às mulheres que evitem engravidar no momento.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPS), pelo menos 26 países do continente já foram afetados pelo zika.

A maioria dos americanos infectados pelo vírus viajou para regiões onde o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, é comum. O mosquito também é vetor da dengue e da chincungunha.

O governo americano confirmou, porém, um caso de transmissão sexual do vírus Zika no país.

O zika se espalha extremamente rápido pela América do Sul e América Central. As autoridades americanas temem que, com a chegada da primavera e do verão no hemisfério norte, o Aedes aegypti alcance os estados do sul do país.

Em 80% dos casos, o zika se manifesta com sintomas similares aos de uma gripe e pode, inclusive, passar despercebido.

Em 2014, Obama lançou um chamado global de ação contra o ebola e, em seu último discurso no Congresso sobre o Estado da União, pediu um esforço extraordinário para derrotar o câncer nas próximas décadas.