O observatório ALMA, com o radiotelescópio mais potente do mundo e situado no norte do Chile, revelou nesta terça-feira (1º) as imagens mais detalhadas até agora dos primórdios do universo, que permitem observar o gás frio que formou as primeiras galáxias.

“Nunca tínhamos conseguido tanto detalhe e profundidade em galáxias do universo primordial”, disse à AFP Sergio Martín, chefe do Departamento de Operações Científicas do ALMA, durante a apresentação das fotografias em Santiago.

A observação foi liderada por Rodrigo Herrera-Camus, diretor do Núcleo Milênio de Galáxias (Mingal) do Chile.

As imagens captaram os gases existentes há mais de 13 bilhões de anos, que deram início à formação de galáxias.

Uma contribuição que aprofunda a descoberta de 2012 através do telescópio espacial James Webb (JWST), que revelou imagens de galáxias que existiram naquele momento, as mais antigas do universo.

Com a captura desses gases existe “a oportunidade de estudar de onde nascem as estrelas”, afirmou Herrera-Camus à AFP.

Graças a seus céus límpidos, o Chile abriga os telescópios de mais de 30 países, entre eles alguns dos instrumentos astronômicos mais poderosos do mundo, como o Observatório ALMA ou o futuro Telescópio Extremamente Grande, que, em 2027, observará distâncias jamais alcançadas.

O ALMA faz parte de um esforço articulado entre o Observatório Europeu do Sul (ESO), o Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) e o Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ).