O Brasil tem mantido uma postura de contenção diante da crise global do aço, com capacidade produtiva estagnada e medidas defensivas para proteger seu mercado. É o que aponta um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta terça-feira, 27, que registra que o Brasil não registrou qualquer crescimento de capacidade entre 2020 e 2024, permanecendo com 50,9 milhões de toneladas por ano. A participação do país na capacidade global é de apenas 2,1%.

A estabilidade contrasta com o avanço de outras economias emergentes, como a Índia, cuja capacidade aumentou 26,2% no período, e o Irã, com alta de 22,6%. Ainda assim, o Brasil aparece entre os países que adotaram barreiras comerciais. Segundo a OCDE, “Brasil, México e Turquia aumentaram as tarifas com a intenção de enfrentar aumentos substanciais de importações verificados nos últimos anos”.

As ações incluem investigações antidumping. O Brasil foi um dos países que mais iniciaram processos em 2024, com “8 investigações envolvendo produtos siderúrgicos”, mesmo número que Austrália e atrás apenas de Turquia e Estados Unidos, com 10 casos cada.

O relatório destaca ainda que a América do Sul, onde o Brasil é o principal player, viu as importações de aço aumentarem “cerca de 60% entre 2020 e 2024”, reflexo do redirecionamento das exportações chinesas, que atingiram recorde de 118 milhões de toneladas em 2024.