07/03/2024 - 8:15
As dívidas do mercado de títulos públicos de países pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) devem atingir US$ 56 trilhões em 2024, segundo um relatório sobre dívida global divulgado nesta quinta-feira, 7, pela entidade.
A OCDE afirma no documento que a dívida dos países aumentou em US$ 30 trilhões entre 2008 e 2023, para um total de US$ 54 trilhões. No setor empresarial, a dívida cresceu de US$ 21 trilhões para US$ 34 trilhões no período.
“Os empréstimos no mercado de títulos soberanos cresceram significativamente no mundo todo”, diz o relatório. Segundo a OCDE, a emissão dos títulos públicos atingiu níveis recordes durante a pandemia e permanece em patamar elevado até hoje. Atualmente, a dívida do governo dos Estados Unidos corresponde a cerca de 50% do total, enquanto a do governo chinês é responsável por outros 30%. Os 20% restantes são diluídos entre os demais integrantes da OCDE.
Enquanto a dívida aumenta, a OCDE aponta que 2024 deve registrar uma nova máxima histórica de emissões, ao mesmo tempo em que os bancos centrais compram parcelas cada vez menores das dívidas públicas, por causa do aumento das restrições quantitativas, que tornam os investidores mais sensíveis aos preços. Os rendimentos dos títulos devem permanecer elevados por um tempo, mesmo com a queda da inflação global, segundo o relatório. Cerca de 40% dos títulos soberanos vencerão até 2026 em todo o mundo.
“Isto vai aumentar significativamente as pressões de financiamento, especialmente em economias emergentes”, diz a OCDE, ao destacar que os riscos de mercado estão concentrados principalmente nas economias avançadas que têm a relação de dívida/Produto Interno Bruto (PIB) mais elevada. Países que registraram quedas na classificação de crédito, com spreads muito elevados, também preocupam. No lado empresarial, setores que têm baixa qualidade de crédito, como o imobiliário, oferecem riscos maiores.
A OCDE afirma que o novo cenário macroeconômico de juros e inflação elevados tende a transformar o mercado de títulos globais, forçando os países e órgãos responsáveis a “um monitoramento mais vigilante” dos níveis de dívida e de inadimplência. Também há mais exigências de transparência e de liquidez empresarial para garantir a estabilidade do mercado.