15/07/2025 - 14:00
São Paulo, 15 – A produção mundial de cereais deverá crescer 1,1% ao ano, atingindo 3,2 bilhões de toneladas até 2034, de acordo com relatório de Perspectivas Agrícolas 2025-2034 da Organizações para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Isso deve ocorrer em virtude de um aumento da produtividade, que pode subir, em média, 0,9% ao ano, com avanços tecnológicos e adoção de sementes melhoradas e práticas agrícolas aprimoradas, disseram as entidades. As projeções, contudo, podem ser afetadas por incertezas quanto a custos de energia, condições climáticas, tensões geopolíticas e demanda chinesa, pontuou o relatório.
Para o trigo, a produção global tende a subir 74 milhões de toneladas, atingindo 874 milhões de t em 2034, sendo 42 milhões na Ásia, disseram OCDE e FAO. A Índia, terceira maior produtora do cereal, deve contribuir com 29% do aumento global. Entretanto, com o crescimento populacional e o aumento da demanda interna, o país deve se tornar importador líquido até 2034. Também haverá ganhos na Rússia, Paquistão, Argentina, Canadá e EUA.
De milho, deve ocorrer aumento de 188 milhões de t, com 1,4 bilhão de t em 2034, afirmou o relatório. Os maiores avanços ante o período-base, são de Estados Unidos (33 milhões de t), Brasil (32 milhões de t) e China (27 milhões de t). No Brasil, o crescimento anual da safrinha supera a média global de 1,2%.
Além disso, o comércio global de cereais continuará a se expandir, em linha com a produção, segundo OCDE e FAO. “A maioria dos países da África e da Ásia – com exceção dos grandes exportadores de arroz – deve continuar sendo ou se torne importadores de cereais”, segundo o relatório, que destaca que o movimento reflete disparidades na disponibilidade de recursos naturais e o crescimento populacional e da renda que impulsionam a demanda além da capacidade de oferta doméstica.
Os embarques de trigo podem subir 21 milhões de t, alcançando 226 milhões de t em 2034. A Rússia deve se manter como o maior exportador, com um quarto do comércio global em 2034. As exportações da União Europeia, segunda maior exportadora, devem crescer 1,4% ao ano a partir de 2025, chegando a 31,6 milhões de toneladas em 2034.
Já as exportações de milho devem crescer cerca de 29 milhões de t, atingindo 210 milhões de t em 2034. Os quatro maiores exportadores – EUA, Brasil, Argentina e Ucrânia – responderão por 91% desse aumento. Os EUA devem permanecer o maior exportador. As exportações brasileiras, que se beneficiam de maiores rendimentos domésticos e da redução das exportações dos EUA no período-base, além da remoção de barreiras não-tarifárias pela China em 2023, devem crescer a uma taxa maior que o dobro da média mundial, disse o relatório. As importações de milho da China em 2034 devem cair 20%, devido à reserva estratégica e à política comercial do país, junto ao aumento da produção local e à diversificação da ração animal.
Quanto ao consumo global de cereais, o crescimento deve ser moderado, com uma expansão lenta no uso para ração animal e biocombustíveis. O consumo alimentar pode aumentar 1,1% ao ano, atingindo 1,28 bilhão de toneladas até 2034, principalmente devido ao crescimento populacional na Ásia e na África. A expansão no uso para ração será liderada pelo aumento da produção pecuária na Ásia e nas Américas, afirmaram as entidades no documento.
Em termos reais, os preços anuais dos cereais devem cair ao longo do período de projeção, à medida que o crescimento da produtividade e os ganhos de eficiência reduzem os custos de produção. No entanto, os preços nominais dos cereais devem manter uma tendência de alta, em virtude da inflação, segundo a OCDE e a FAO.
*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.