O capitão de um navio da empresa de caça ao tesouro americana Odyssey foi absolvido pela Justiça espanhola no processo derivado de uma disputa pela propriedade de um dos maiores tesouros submarinos em ouro e prata já encontrados, informou a companhia nesta terça-feira.

A empresa revelou que o capitão Sterling Vorus foi declarado inocente por uma corte de Algeciras, na Espanha, da acusações de impedir à Guarda Civil espanhola de abordar o navio Odyssey Explorer em 2007.

“A corte espanhola determinou que os funcionários espanhóis não tinham autorização para abordar e investigar o navio da Odyssey”, disse a companhia.

O incidente ocorreu depois que a empresa descobriu e extraiu das águas próximas ao estreito de Gibraltar um tesouro submarino composto por 500.000 moedas de prata e centenas de objetos de ouro.

O tesouro estava no galeão espanhol “Nossa Senhora das Mercedes”, afundado em 1804 ao sul de Portugal.

A Odyssey informou que a descoberta estava “em águas internacionais”, mas se tornou rapidamente suspeita aos olhos da Espanha ao levar discretamente para os Estados Unidos o tesouro de 17 toneladas via colônia britânica de Gibraltar, mantendo em segredo a localização exata dos objetos.

Depois de uma longa disputa judicial, um tribunal federal americano confirmou em dezembro que a Odyssey deveria devolver à Espanha o fabuloso tesouro submarino, e a companhia americana apelou da decisão.

A empresa, com sede em Tampa, na Flórida, considerou que a decisão da corte espanhola “é consistente com a posição da Odyssey de que a companhia atuou de forma legítima, de acordo com as leis e as regulamentações, em relação à descoberta e recuperação do Cisne Negro”, nome com o qual batizou o tesouro.

Durante o tempo que durou a disputa judicial pela propriedade do tesouro, os governos de Peru e Bolívia também mostraram interesse por conhecer a origem do carregamento que data da época colonial espanhola.

jco/lb/LR