Destaque no pregão

 

Os papéis da JBS chegaram a cair mais de 5% na terça-feira 24, em razão da oferta de compra de ativos do frigorífico Independência, e da confirmação de um caso da doença da vaca louca nos Estados Unidos. A oferta de R$ 268 milhões não agradou ao mercado, apesar de a companhia controlada pela holding J&F, cujo conselho é presidido por Henrique Meirelles, afirmar que não assumirá dívidas do Independência, em recuperação judicial desde 2009. Na quarta-feira 25, as ações subiram 4%.

 

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Henrique Meirelles: sem elevar a alavancagem para o JBS.

 

Palavra do analista: segundo Adriano Moreno, da Futura Investimentos, a JBS é muito endividada e a compra de ativos do Independência pode comprometer a solidez do seu balanço

 

 

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Quem vem lá


Novos papéis da Fibria

 

A Fibria Celulose captou R$ 1,44 bilhão em recursos novos com a emissão de 86 milhões de ações ordinárias. O preço de emissão dos papéis foi de R$ 15,83, um desconto de 1,03% em relação ao preço de fechamento na quarta-feira 25, que foi de R$ 16. Segundo a companhia, os pedidos de reserva foram atendidos até o limite máximo de subscrição

 

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FIQUE DE OLHO: Segundo um relatório do BNDES, a Fibria será uma das empresas da América Latina que deverão expandir suas unidades de produção de celulose de fibra curta nos próximos anos.

 

 

 

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Touro x Urso

 

As perspectivas ruins para os bancos e a Petrobras pressionaram para baixo o Índice Bovespa. No acumulado de abril até a quarta-feira 25, a queda desse indicador era de 4,7%. As declarações de Graça Foster, presidente da Petrobras, de que os reajustes nos preços dos combustíveis seriam adiados novamente pioraram o humor dos investidores. Além disso, o fato de o Itaú Unibanco ter anunciado esperar um aumento da inadimplência no segundo e no terceiro trimestres também fez as ações cair.

 

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Concessões


OHL pode mudar de  controlador

 

A empresa de concessões rodoviárias OHL Brasil pode ganhar um novo comando. Sua controladora, a espanhola Obrascon Huarte Laín (OHL),  divulgou na quarta-feira 25 que está negociando com a conterrânea Abertis Infraestructuras um acordo para vender as ações da subsidiária brasileira. Com isso, a Abertis seria uma das maiores empresas desse setor no Brasil. Ela passaria a administrar 7,5 mil quilômetros de rodovias, dos quais nove trechos no Brasil, com 3.227 quilômetros,  e três concessões no Chile, com  342 quilômetros. No dia da divulgação da notícia, as ações subiram 2,1%, para R$ 81,90.

 

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Mineração


Resultados aguados da Vale 

 

As chuvas em Minas Gerais afetaram os resultados da Vale no primeiro trimestre do ano. Os lucros recuaram para R$ 6,7 bilhões, queda de 40,5% ante o mesmo período de 2011, e as receitas operacionais caíram 11%, para R$ 20,1 bilhões. A principal razão para a queda foram as chuvas, que interromperam o escoamento da produção de minério. Ao anunciar os resultados na quarta-feira 25, após o fechamento do pregão, a Vale informou que espera entregar os volumes de minério previstos para 2012. 

 

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Mineração: chuva reduz produção da Vale.

 

 

 

Construção


Moody’s rebaixa construtora Gafisa

 

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou, na segunda-feira 23, a nota de crédito corporativa da construtora Gafisa de Ba2 para Ba3 em escala global e de A1.br para A3.br na escala brasileira. A perspectiva para a companhia também foi alterada para negativa. Segundo a Moody’s, o rebaixamento se deve ao prejuízo de R$ 890 milhões em 2011, à maior alavancagem, que saltou de 50,9% em 2010 para 61,5% em 2011, e à dissolução dos contratos da Tenda.

 

 

 

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Mercado em números


OGX 

285 milhões – É o número estimado de produção de barris de petróleo no campo Waikiki, na bacia de Campos, no Rio. A companhia espera começar a operar no segundo semestre de 2013 com dois navios plataforma, atualmente em construção.

 

QGEP 

Um milhão - É a quantidade de ações que a Queiroz Galvão Empresa Petrolífera deve recomprar durante um ano. Os papéis já acumulam desvalorização de 21% em 2012.

 

TOTVS

R$ 49,9 milhões - Foi o lucro líquido no primeiro trimestre de 2012, o que representa um avanço de 48,7% sobre o mesmo período do ano passado. A receita líquida subiu de R$ 305 milhões para R$ 351 milhões, uma alta de 15,1%.

 

Trisul 

R$ 30 milhões – É o volume que a construtora quer arrecadar com a sua 5a emissão de debêntures simples. O vencimento dos papéis acontece 24 meses a partir da data de emissão, encerrando-se em 30 de abril de 2014. 

 

CSU CardSystem

1,4% - Foi a alta registrada nas ações da processadora de cartões na quarta-feira 25, quando ela anunciou que obteve a certificação da Visa para transações eletrônicas de pagamento. A CSU já tinha recebido a homologação da Mastercard há um ano.

 

 

 

 

 

Pelo mundo


Lucro do BBVA cai 13%

 

O banco Bilbao Vizcaya Argentaria, segundo maior da Espanha, viu seu lucro líquido cair 13%, no primeiro trimestre, para € 1,01 bilhão ante € 1,15 bilhão em 2011, em razão de um forte aumento do custo nas operações. No entanto, as ações subiram 2,21% na quarta-feira 25, cotadas a € 5,26. 

 

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Resultado da Boeing decola 

 

Impulsionada por um aumento de 30% nas vendas de aeronaves comerciais, a Boeing obteve um lucro líquido de US$ 923 milhões, no primeiro trimestre, resultado 57% maior que o obtido em 2011. Com a notícia positiva, as ações subiram 4,2%, para US$ 76, 29.

 

 

 

 

 

Imagem da Netflix borrada no mercado

 

A previsão da Netflix é de crescimento mais lento para o segundo trimestre. Os analistas previam um aumento de 1,2 milhão de entregas de filmes em domicílio, mas a empresa diz que esse volume não chegará aos 800 mil. Com isso, as ações caíram 14% na terça-feira 24, para US$ 87,68.

 

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Personagem


Energia no crescimento da Cemig

 

O Brasil pode dobrar a capacidade de gerar energia com a construção de hidroelétrica. Luiz Fernando Rolla, diretor de relações com o investidor da Cemig, disse com exclusividade à DINHEIRO qual a estratégia da companhia estatal mineira nesse cenário aquecido. 

 

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Luiz Fernando Rolla, da Cemig: olho na geração.

 

A Cemig completou, em março, a aquisição da Unisa, empresa de transmissão localizada no Nordeste, que pertencia ao grupo espanhol Abengoa. A empresa deve continuar se expandindo fora de Minas Gerais?

Sim. O setor elétrico requer muito capital e precisa obter ganhos de escala para trabalhar com eficiência. Nosso caso não é diferente. O modo mais rápido de crescer é fazendo aquisições, pois com elas se capturam sinergias no curto prazo. Não temos restrições geográficas. Hoje, atuamos em 20 Estados brasileiros e temos uma operação internacional no Chile. Nossa estratégia para garantir a perpetuação do negócio é investir na expansão do parque gerador e de transmissão, na construção da usina de Belo Monte e na exploração de gás natural.

 

São projetos polêmicos em termos ambientais. Como resolver isso?

O Brasil tem um potencial energético renovável no setor hidroelétrico de 200 gigawatts, o dobro da capacidade instalada atualmente, algo estratégico para o crescimento. É claro que há um impacto ambiental, mas a tecnologia desenvolvida nos últimos 50 anos oferece soluções para reduzir esse problema. 

 

Em janeiro deste ano a Cemig captou R$ 1 bilhão emitindo debêntures. Voltar à bolsa está nos planos?

Não. A demanda foi de quatro vezes o que pretendíamos emitir e chegamos a aumentar a oferta, o que nos permitiu alongar os prazos da nossa dívida.


Em qual setor da economia acontece o maior aumento de consumo? 

Em termos percentuais, o maior crescimento se dá nos mercados residencial e comercial,  beneficiados pelo aumento do poder aquisitivo da população, que tem crescido nos últimos anos. A indústria é mais sensível às crises.

 

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Colaboraram: Patrícia Alves e Fernando Teixeira