A Oi pretende pedir esclarecimentos a Zeinal Bava, ex-presidente da companhia e do conselho de administração da operadora PT Portugal, após a divulgação de relatório da PwC sobre as aplicações da holding PT SGPS em entidades do Grupo Espírito Santo (GES), informou a empresa nestas segunda-feira, em nota. O Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, antecipou, em outubro, que a auditoria apontaria que o executivo sabia do investimento da PT em títulos podres da Rioforte, holding do GES.

Desde quando o caso veio à tona Bava sempre negou ter informações sobre a operação. Na semana passada, a PT SGPS divulgou o relatório e, embora a PwC não tenha apontado o responsável pela aplicação da operadora portuguesa na Rioforte, o documento detalha em ordem cronológica que o alto escalão da PT e do Banco Espírito Santo (BES) sabiam das operações financeiras em títulos podres. A holding do GES deu um calote de 897 milhões de euros na operadora portuguesa, o que culminou na revisão do acordo de fusão com a Oi.

A Oi informou hoje que tomou conhecimento do teor do resultado das análises realizadas pela PwC no dia 08 de janeiro e diz que vem centrando seus esforços no apoio à apuração dos fatos e que tomará todas as medidas pertinentes para esclarecimento destes fatos. A tele “informa ainda que adotou todas as cautelas e agiu com elevados padrões de diligência para preservar a companhia e seus acionistas, como determina a legislação aplicável.”

A empresa reiterou “que não foi informada nem participou das decisões relativas às aplicações realizadas na Rio Forte, que foram implementadas anteriormente à subscrição e à integralização do capital da Oi pela PT SGPS, ocorridas no final de abril e início de maio de 2014, respectivamente.”

De acordo com a PwC, em março do ano passado, houve reunião no BES entre Luís Melo, CFO da PT SGPS; Carlos Cruz, diretor financeiro da PT SGPS, com o principal executivo financeiro do BES, Amílcar Pires, sobre a continuação das aplicações existentes em papel comercial emitido pela Rioforte. Segundo o documento, “Melo refere que a reunião ocorreu a pedido de Henrique Granadeiro (então presidente da Portugal Telecom)”.

Pires, no mesmo documento, disse que “a reunião ocorreu a pedido de Ricardo Salgado (CEO do Banco Espírito Santo) e que este teria afirmado que, no essencial, já estaria tudo acordado sobre o tema entre Salgado, Granadeiro e Zeinal Bava (então presidente do conselho de administração da PT)”.