15/02/2025 - 19:55
O número de casos de febre amarela continua em alta no Estado de São Paulo. Desde o início do ano, 12 infecções foram confirmadas, das quais 8 resultaram em morte – ou seja, um índice de letalidade na faixa dos 66%. As informações são da Secretaria Estadual de Saúde.
As mortes ocorreram em: Socorro (2); Amparo (1); Santo André (1) – com infecção adquirida em Tuiuti; Bragança Paulista (1) – contágio em Joanópolis; Campinas (1); Brotas (1); e Valinhos (1).
As vítimas tinham entre 21 e 71 anos, e nenhuma delas havia tomado a vacina, considerada a principal forma de prevenção.
Dos 12 casos registrados, 11 tiveram transmissão dentro do Estado de São Paulo.
O único caso importado foi de um paciente infectado em Itapeva, Minas Gerais.
Em entrevista recente ao Estadão, o infectologista Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), diz que os números chamam a atenção. “Desde 2020, São Paulo não tinha um número de casos tão chamativo na ordem de mais do que cinco casos, como está acontecendo já agora nas primeiras semanas de janeiro.”
Ele lembra que as últimas duas grandes epidemias enfrentadas no Estado foram em 2018, com 456 casos e uma taxa de letalidade de 32%, e em 2019, com 64 casos e uma letalidade de 15,6%.
Alerta para vacinação no carnaval
A melhor forma de se proteger da doença é por meio da imunização. Atualmente, o calendário vacinal prevê uma dose do imunizante aos 9 meses de idade e outra aos 4 anos.
Em pessoas com mais de 5 anos não vacinadas previamente utiliza-se o esquema de dose única. O imunizante é oferecido gratuitamente em postos de saúde de todo o País.
Com a aproximação do carnaval, feriado em que o número de viagens costuma aumentar, a Secretaria de Saúde recomenda que pessoas não imunizadas e que vão viajar para regiões rurais ou de mata busquem a imunização antes da viagem.
O órgão destaca que a vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos, desta forma, é necessário se vacinar considerando esse período de eficácia.
Como ocorre a transmissão?
Há dois diferentes ciclos de transmissão da febre amarela, o silvestre e o urbano.
Ciclo silvestre: o vírus circula entre primatas (macacos) e mosquitos silvestres do gênero Haemagogus e Sabethes. Humanos podem ser infectados ao adentrarem áreas de mata e serem picados por esses mosquitos.
Ciclo urbano: o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, zika e chikungunya, pode espalhar a doença em áreas urbanas, picando uma pessoa infectada e depois transmitindo o vírus para outras pessoas.
A febre amarela pode ser transmitida por macacos?
Não. Apesar de os macacos serem hospedeiros da doença no seu ciclo silvestre, ela é transmitida apenas por mosquitos infectados.
Quais os sintomas?
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da doença são: febre de início súbito, calafrios, dores na cabeça, nas costas e no corpo em geral, além de enjoo, vômito e fraqueza.
Via de regra, as pessoas melhoram após esses sintomas, mas 15% ficam cerca de um dia sem sintomas e, depois, evoluem para quadros mais graves.
Por isso, é importante ter um acompanhamento médico.