Os Estados Unidos e a China, as maiores economias do mundo, ficaram também no topo do quadro de medalhas dos  Jogos Olímpicos de Paris 2024. Mas em que medida o tamanho do PIB (Produto Interno Bruto) se reflete também no desempenho olímpico de um país?

Ainda que não exista uma relação direta entre PIB e número de medalhas, é curioso notar que a maioria dos países que dominam o ranking das maiores economias do mundo são também os que conquistaram o maior número de medalhas em Paris. Veja quadro comparativo abaixo:

 

PosiçãoRanking das maiores economias em 2023PIB em US$ trilhõesRanking Paris 2024Números de medalhas
1Estados Unidos27,36Estados Unidos126 (40 ouros)
2China17,66China91 (40 ouros)
3Alemanha4,46Japão45 (20 ouros)
4Japão4,21Austrália53 (18 ouros)
5Índia3,57França64 (16 ouros)
6Reino Unido3,35Holanda34 (15 ouros)
7França3,03Grã-Bretanha65 (14 ouros)
8Itália2,26Coreia do Sul32 (13 ouros)
9Brasil2,17Itália40 (12 ouros)
10Canadá2,14Alemanha33 (12 ouros)
11Rússia2,00Nova Zelândia20 (10 ouros)
12México1,79Canadá27 (9 ouros)
13Austrália1,74Uzbequistão13 (8 ouros)
14Coreia1,71Hungria19 (6 ouros)
15Espanha1,58Espanha18 (5 ouros)
20Brasil20 (3 ouros)

Fonte: Austin Rating e COI

EUA e China terminaram a Olimpíada empatados no número de ouros (40 para cada). Foi a primeira vez desde Atenas-1896 – quando se deu início à era moderna dos Jogos – que as nações que lideram o quadro de medalhas ficam igualadas no critério.

Em 2024, os Estados Unidos também foram o país que mais conquistou medalhas (126). A China, que ficou atrás no quadro de medalhas, acumulou 91 pódios ao longo das últimas duas semanas. A cerimônia de encerramento acontece neste domingo.

Além dos EUA, outras quatro nações terminaram ao menos uma edição da Olimpíada à frente no quadro de medalhas. Alemanha (1936), Grã-Bretanha (1908), China (2008) e União Soviética (1972, 1976, 1980 e 1988). Além destas, em Barcelona-1992, o Time Unificado, que contava com atletas dos países da extinta URSS, competiram juntos e lideraram os Jogos.

O Japão, a quarta maior economia do mundo, ficou pela segunda Olimpíada seguida em terceiro lugar no quarto de medalhas. Já a Alemanha, terceira colocada no ranking dos maiores PIBs, terminou em 10º no quadro de medalhas, pior posição desde o início dos anos 1990. O país conquistou 33 medalhas – quatro a menos do que em Tóqui4930o, o recorde negativo anterior.

O Reino Unido, que havia ficado na 4ª colocação em Tóquio, caiu para a 7ª posição em Paris.

Já a Austrália, 13ª colocada no ranking de maiores economias, mostrou mais uma vez ser uma potência olímpica, subindo da 6ª posição em medalhas em Tóquio para o 4º lugar em Paris.

Importante destacar que o Comitê Olímpico Internacional (COI) não considere as Olimpíadas como uma competição entre países, mas sim entre atletas e equipes. Mesmo assim, ele disponibiliza em seu site oficial o quadro de cada Olimpíada para fins “informativos”, como está descrito na Carta Olímpica.

Brasil não supera recorde de Tóquio

Entre as maiores economias do mundo, o país com o pior desempenho no quadro de medalhas foi a Índia, que ficou na 72ª posição de Paris.

Outro país com número de medalhas bem abaixo de sua posição no ranking de PIB foi o México, que terminou a Olimpíada na 66ª colocação. Já a Argentina ficou no 53º lugar no quadro de medalhas.

Com três ouros, sete pratas e dez bronzes, o Brasil encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris na 20ª posição no ranking de medalhas. O desempenho ficou abaixo do esperado e o país não conseguiu superar o desemprenho de Tóquio, em 2021, quando os atletas conquistaram sete ouros e 21 medalhas no total, ficando em 12º lugar no quadro de medalhas.

O Brasil, porém, tem mostrado evolução da delegação no número total de medalhas. Desde Londres-2012, o país melhora seu desempenho a cada Olimpíada. Em Tóquio-2020, bateu seu recorde, com 21 medalhas no total.

Além disso, as mulheres brasileiras brilharam nesta Olimpíada. Tiveram um desempenho inédito e conquistaram 12 das 20 medalhas brasileiras em Paris. A ginasta Rebeca Andrade, com um ouro no solo, duas pratas (uma no individual geral e outra no salto) e o bronze na ginástica feminina por equipes, foi a atleta mais premiada. Sozinha ela vai receber R$ 826 mil do COB.

Ou seja, nem tudo o PIB ou o quadro de medalhas mostram.

*Com informações da Agência Estado e Reuters