07/12/2025 - 12:00
Após anos passados estampando os uniformes do Internacional e do Flamengo com a marca Olympikus, a Vulcabras ensaia uma eventual volta ao futebol brasileiro – entretanto, agora com outra marca.
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Ao Dinheiro Entrevista, o CEO da Vulcabras, Pedro Bartelle, afirma que a empresa deve voltar aos patrocínios com a Mizuno, dona do modelo de chuteira Morelia, uma queridinha dos jogadores profissionais, mas que aparece pouco já que a marca não patrocina oficialmente clubes do Brasil.
Bartelle relata que o modelo é conhecido como ‘chuteira sem cor’, dado que os jogadores a pintam de preto ao entrar nos gramados por conta do não patrocínio.
A Olympikus saiu do futebol brasileiro pouco antes da Copa do Mundo de 2014 por conta dos ‘preços irracionais’, segundo o executivo.
“De um bom negócio começou a se tornar um negócio muito caro. E a gente sabia que as marcas internacionais iriam comprar os times a qualquer preço naquela época. E a gente saiu. Hoje já voltou a ser mais racional”, conta.
Atualmente a marca já está implementando a estratégia de competir no mercado brasileiro com chuteira, visando não perder performance – isso, dado que os japoneses donos da marca não abrem margem para depreciação de materiais ou produtos mais saturados a fim de ganhar mercado.
“É um mercado muito específico e diferente de muitos países, porque aqui você tem chuteiras excelentes e caras e você tem algumas chuteiras muito básicas e baratas e que não entregam muita performance. Então a gente sempre tenta se posicionar em trazer um excelente custo benefício. Então a gente fica um pouco no meio dessa dessa briga que existe no Brasil hoje.”
Desde o fim de 2024 a Mizuno patrocina o jogador Gabriel Barbosa, o Gabigol, que atua oficialmente pelo Cruzeiro e teve passagem pelo Flamengo anteriormente.
No mercado local, a empresa tem produtos como a Alpha II Japan, que custa cerca de R$ 2 mil, e uma conta dedicada apenas ao marketing do esporte, com o nome ‘Mizuno Futebol’ no Instagram, onde acumula 67 mil seguidores.
Sobre o rali das ações da Vulcabras
A Vulcabras vive um bom momento em 2025, com alta acumulada de 38% no ano, na esteira de resultados melhores do que o esperado.
No seu resultado trimestral mais recente, referente ao terceiro trimestre de 2025, a companhia anotou lucro líquido de R$ 163 milhões, com R$ 211 milhões de Ebitda e um faturamento de R$ 956 milhões.
Analistas da XP destacaram ‘números fortes’, com crescimento acelerado da receita e sinais de melhora nos desafios temporários relacionados ao pessoal, reiterando recomendação de compra para VULC3.
“A empresa continuou apresentando tendências sólidas de receita em todas as marcas, com pressão na margem bruta devido aos investimentos contínuos em pessoal, enquanto os maiores investimentos em marketing foram compensados pela diluição das despesas de venda”, diz a casa.
“Além disso, apesar de atuar em um ambiente competitivo intenso, a Vulcabras compartilhou indicações positivas para o 4º trimestre, e a diretoria permanece confiante de que os investimentos recentes na fábrica devem se normalizar e apoiar resultados positivos adiante”, completam os analistas.
Vulcabras cresce há mais de 60 meses
Pedro Bartelle frisa que a companhia tem conseguido manter consistência na entrega de resultados, mirando aumento de market share e do ROIC.
“A empresa cresce há 21 trimestres consecutivos. São os melhores resultados do setor, o ano que vem está praticamente mapeado e já estamos trabalhando em 2026 com uma perspectiva muito boa de crescimento.”
Na faturamento da Olympikus, mais de 20% já está endereçado ao mercado de corrida, que vem crescendo nos últimos anos, fruto de esforços de marketing da empresa para aumentar a ‘conexão com a comunidade’.
