19/05/2022 - 1:00
Com o surgimento da mais nova variante de Covid, a ômicron, ter a doença duas ou mais vezes ao ano pode se tornar algo comum para quem ainda não se vacinou, de acordo com um estudo publicado na revista Science e realizado na África do Sul.
O estudo afirma que reinfecções se tornaram mais comuns na medida em que a variante ômicron foi se espalhando pela população, enquanto no caso das variantes beta e delta isso não ocorreu.
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Segundo o estudo, essa nova variante tem uma maior habilidade natural de transpor as barreiras criadas pela imunidade adquirida por infecções prévias de Covid. No entanto, ressalta que ela não tem a mesma capacidade de superar tão facilmente a imunidade adquirida por meio de vacinas
A pesquisa também aponta que já ocorreram, ao redor do mundo, 404 milhões de casos de Covid, com 5,8 milhões de mortes confirmadas até fevereiro deste ano.
Na África do Sul, onde foi realizado o estudo, quatro ondas de transmissão do Covid já ocorreram, sendo a última ocasionada pela variante ômicron.
No estudo, um total de 105 mil reinfecções foram identificadas entre 2,9 milhões de pessoas que já haviam contraído Covid. Enquanto na terceira onda, com a variante delta, não houve mudanças significativas no número de reinfecções, sendo até diminuída a relação de reinfecções em relação à variante original de Covid.
O coeficiente de relação entre a segunda onda e a primeira foi de 0,71, ou seja, houve uma queda no número de reinfecções já que números inferiores a 1 indicam uma queda. Na terceira onda, da variante delta, esse coeficiente ficou em 0,54.
Por outro lado, a disseminação da variante ômicron causou um aumento substancial na taxa de reinfecções: o seu coeficiente foi de 1,70.
A pesquisa sugere que sejam desenvolvidos melhores métodos para detectar o risco de reinfecção durante eventuais novas ondas de contaminação de variantes de Covid, de modo a identificá-las e combatê-las com maior precisão.
Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirmou em entrevista ao G1 que o número de vezes que uma pessoa pode ter Covid ainda não é conhecida. “Provavelmente infinitas vezes. Já tem pessoas com três, quatro infecções relatadas. Ou seja, não há imunidade duradoura na Covid – assim como para outras doenças respiratórias, como rinovírus”, disse ele.