O meu cenário para o crescimento econômico do Brasil no ano que vem é de Pibinho, ou seja, uma expansão em torno de 1%. Pode ser considerada uma projeção pessimista se comparada com a estimativa de 2,1% do Ministério da Economia, mas pode ser vista como otimista em relação à mediana do mercado financeiro. A nova edição do Boletim Focus aponta crescimento de apenas 0,58% do Produto Interno Bruto (PIB). E há bancos já prevendo recessão de 0,5%.

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A minha previsão pressupõe algum acerto fiscal com a aprovação da PEC dos Precatórios, Auxílio Brasil de R$ 400, juros básicos (Selic) de, no máximo, 12% ao ano, e um ambiente eleitoral minimamente democrático, sem guerra política que paralise o País.

Para o mundo, prevejo expansão média de 4,5% em 2022. É importante ficar claro que a minha projeção não contempla um novo lockdown global. Na sexta-feira 26, o mercado entrou em pânico diante da nova variante do coronavírus chamada ômicron. O receio de novos lockdowns empurrou bolsas, petróleo e minério de ferro para o chão.

No fim de semana, os investidores tiveram tempo de digerir melhor as informações, coletar novos dados e concluir que, aparentemente, essa nova variante não é tão perigosa, apesar de mais contagiosa. As vacinas, aparentemente, são capazes de combatê-la, evitando internações e mortes. Eu disse aparentemente…

Obviamente, se o quadro piorar e os principais países fecharem suas economias, o PIB global não vai crescer 4,5%, em média, em 2022. Consequentemente, o Brasil não conseguirá obter nem um Pibinho. Por ora, a ômicron trouxe mais uma pitada de incerteza num cenário já recheado de desafios.