A Organização Mundial da Saúde (OMS) e líderes da Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Europa (ECDC) estão preocupados com nova onda de covid. E essa preocupação deve se intensificar no hemisfério Norte com a chegada do outono e, no fim do ano, do inverno. Eles também preveem temporada de alta transmissão do influenza, o vírus causador da gripe.

“Ainda que não estejamos na mesma situação que passamos há um ano, está claro que a pandemia de covid-19 não acabou. Infelizmente, vemos os indicadores subirem de novo na Europa, o que sugere o início de uma nova onda de infecções”, diz trecho de uma declaração conjunta entre as autoridades de saúde.

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Ainda de acordo com o documento, a melhor estratégia é reforçar a vacinação, especialmente dos grupos mais vulneráveis. “Diante disso, reafirmamos a necessidade de proteger a saúde das pessoas, principalmente as mais vulneráveis, utilizando todas as ferramentas disponíveis, inclusive a vacinação. As medidas de preparação precisam continuar na Região Europeia da OMS – não devemos baixar a guarda.

Segundo o documento, “a potencial cocirculação da covid-19 e da gripe colocará pessoas vulneráveis em maior risco de sofrer com doenças graves e morte, com um provável aumento da pressão sobre hospitais e profissionais de saúde, já esgotados por quase três anos na linha de frente da pandemia”.

A preocupação dos pesquisadores se estende ao Brasil. Eles temem que a onda chegue por aqui entre dezembro próximo e janeiro, provocando nova alta nos casos e nas mortes causados pela covid.

A última edição do relatório divulgado pela OMS, publicado dia 19 de outubro, mostra que nas três semanas de outubro na Europa a situação está instável, com os números de casos primeiro subindo e, depois, caindo. Foi registrado um aumento de 8% nas infecções dia 5 de outubro, com duas quedas seguidas, a primeira dia 12 (-3%) e, a segunda, dia 19 (-11%).

Esse mesmo relatoria mostra que, em setembro, 98,7 mil sequências genéticas do coronavírus foram compartilhadas nas bases de dados públicas. Análises revelam que a variante ômicron BA.5 continua a ser dominante e aparece em 78,9% das amostras. A seguir, são observadas outras linhagens da ômicron que são “primas-irmãs”, como a BA.4 (6,7%) e a BA.2 (3,9%).

A XBB, uma nova variante, começa a chamar a atenção das autoridades. Ela é a mescla de mutações da BA.2.10.1 e da BA.2.75 e já foi detectada em 26 países. “Ainda que essa linhagem recombinante mostre sinais de vantagem em comparação com as variantes descendentes da ômicron, ainda não há evidências de que ela leve a uma maior gravidade da doença”, minimiza a OMS.

A situação na Europa mostra-se relacionada ao completo relaxamento das medidas restritivas, como era natural que acontecesse com a melhora da situação pandêmica. Mas a proximidade entre as pessoas no trabalho, nos eventos e nas ocasiões sociais, que ocorrem cada vez mais em lugares fechados, por causa do frio, facilita a troca de vírus respiratórios.

“Nossa mensagem é simples: a vacinação salva vidas. Diminui as chances de ser infectado e reduz o risco de consequências graves do covid-19 e da gripe sazonal. Não há tempo a perder. Incentivamos todos os elegíveis, especialmente os mais vulneráveis, a se apresentarem o mais rápido possível para a vacinação contra a covid-19 e a gripe”, encerra a declaração conjunta.