05/10/2020 - 11:18
O pai do falecido DJ sueco Avicii e o goleiro do Liverpool, Alisson Becker, solicitarão no sábado que mais verbas sejam destinadas à saúde mental que, de acordo com a OMS, organizadora de uma campanha, é a “grande esquecida” de uma pandemia que devastou os serviços especializados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preparou o terreno nesta segunda-feira ao apresentar um balanço que destaca o alcance dos danos neste setor da saúde.
A arrecadação de fundos, que será realizada pelas redes sociais, também contará com a participação da mãe da cantora Lady Gaga, Cynthia Germanotta, da rainha Matilde da Bélgica, e da viúva do cantor do Linkin Park, Chester Bennington, que assim como o DJ Avicii, cometeu suicídio.
De acordo com uma pesquisa realizada em 130 países para tentar quantificar o impacto, 93 deles apontaram graves perturbações nos serviços especializados de saúde mental. E, enquanto 83% dos países analisados reservaram fundos para a saúde mental nos planos para amenizar as consequências da covid-19, somente 17% destinaram os valores considerados necessários.
“É o aspecto esquecido da covid-19”, afirmou a diretora da OMS encarregada da saúde mental, Devora Kestel, durante uma coletiva de imprensa virtual, na qual insistiu na necessidade de mais fundos.
Os países dedicam apenas 2% de seus orçamentos sanitários à saúde mental, e este valor muitas vezes não é suficiente para atender à demanda.
Com as mortes da pandemia e até mesmo o isolamento forçado para evitar o contágio, a demanda por esses serviços aumentou quase exponencialmente.
“A dor, o isolamento, a perda de renda e o medo desencadearam problemas de saúde mental, ou exacerbaram os já existentes”, destacou a organização, acrescentando que, com ajuda, “muitas pessoas podem enfrentar o aumento do consumo de álcool e drogas, a insônia, ou a ansiedade”.
Cerca de 30% dos países relataram perturbações na ajuda psiquiátrica de emergência e no fornecimento de medicamentos específicos.
Os serviços de prevenção foram particularmente afetados, mas a OMS afirma que, em diferentes partes do mundo, os países estão se adaptando principalmente através da telemedicina, ou da teleterapia.