14/10/2021 - 11:26
O preço dos alimentos disparou nos últimos meses e já preocupa milhões de brasileiros. Diversos fatores contribuíram: pandemia, ações climáticas, dólar alto, inflação, preço do combustível, cenário internacional. Para ajudar a economizar, a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, uma entidade civil sem fins lucrativos) lançou um Guia de Preços, que mapeia os estabelecimentos que oferecem os menores preços.
Foram analisadas, até o momento, seis capitais: Belém, Porto Alegre, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. Foram analisados 178 mil produtos em quase 700 estabelecimentos, entre hipermecados (mais de 5 mil m²), supermercados e lojas “hard discount”. Os itens foram divididos em 5 categorias: mercearia, higiene, limpeza, perecíveis e hortifruti.
+ Pessoas têm de se acostumar com preços mais altos dos alimentos, diz diretor da Kraft Heinz
+ Papa diz que dinheiro gasto em armas deveria ser usado para alimentos e vacinas
Em São Paulo, segundo a Proteste, quem compra no Assaí da Avenida das Nações Unidas, em Jurubatuba, pode economizar até R$ 3.939,36 por ano em relação ao mercado Vip, na rua Monte Serrat, no Tatuapé.
A economia acontece devido à diferença entre produtos básicos gerais, que abarcam as 5 categorias estipuladas. O resultado das análises foi dividido em duas cestas com 104 produtos, enquadrados em líderes de venda e mais econômicos. A variação dos produtos é em relação ao estabelecimento mais barato da cidade.
Já no Rio de Janeiro, o consumidor pode pagar R$ 3.085 a menos por ano se optar pelo Assaí Ilha do Governador ao invés do Pão de Açúcar de Copacabana, diz o estudo.
O consumidor pode fazer a busca por bairros e tipos de alimentos e estabelecimentos no site da Proteste.
Inflação de alimentos
Levantamento da Rede Brasileira em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) indica que 19,1 milhões de brasileiros (9% da população) passam fome e sofrem com insegurança alimentar grave.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que a inflação média esperada no final deste ano aos países do G20 é de 3,7% – no Brasil, é 7,2%.
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INGE) indica que os alimentos acumulam alta de 14,66% nos últimos 12 meses, com destaque ao açúcar (44%), óleo de soja (32%) e carnes (25%).