Várias ONGs e médicos venezuelanos se reuniram em Caracas nesta sexta-feira com Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para pedir-lhe ajuda para superar a “crise humanitária” do país petroleiro.

“A Opas entende que a situação é grave. Acredito que esta visita foi para apresentar ao governo as opções que existem em termos de cooperação internacional”, disse a jornalistas Francisco Valencia, da ONG Codevida, após sair do encontro.

O médico Julio Castro afirmou que na reunião explicaram a Etienne “a gravidade e a profundidade da crise humanitária”.

Segundo os médicos e os representantes das organizações, a Opas lhes informou que até agora não assinou nenhum acordo com o governo para importar medicamentos e insumos médicos, cuja escassez oscila entre 85% e 100%, segundo a Federação Farmacêutica.

“Foi dito que o presidente assinou recursos através do Ministério da Saúde para cancelar acordos (anteriores) com a Opas, mas não temos a informação de que haja algum novo acordo”, disse Castro.

Na reunião foi acordado iniciar, a partir da semana que vem, reuniões entre representantes da Opas, do governo e das organizações não governamentais para tratar a crise.

Após se reunir na quinta-feira com o ministro da Saúde, Luis López, a diretora da Opas expressou sua preocupação pelos surtos crescentes de doenças como sarampo e difteria na Venezuela, que segundo esse organismo deixaram 75 mortos desde meados de 2017.

Um caso de poliomelite, que havia sido erradicada há 29 anos no país, foi confirmado pela Opas em Delta Amacuro na semana passada, de acordo com denúncias do grêmio médico.

A funcionária também foi recebida na quinta-feira pelo presidente Maduro e pelo chanceler, Jorge Arreaza, mas não foram divulgados detalhes do encontro.

“Estreitando laços de cooperação para o intercâmbio de ideias tendo em vista potencializar nosso sistema público de saúde”, escreveu Maduro na quinta-feira no Twitter.