A comunidade internacional falhou com o povo de Mianmar desde que uma junta militar tomou o poder no país, no ano passado, afirmou nesta quarta-feira (26) o relator de direitos humanos da ONU para o Sudeste Asiático.

Mianmar está mergulhado em uma crise desde o golpe militar, com algumas partes do país envolvidas em combates. Mais de 2.300 pessoas foram assassinadas na repressão militar desde o golpe, que inclui a destruição de povoados, execuções extrajudiciais maciças e bombardeios contra civis, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.

“O padrão de resposta da comunidade internacional a esse horror não mudou”, destacou o relator, Thomas Andrews. “O mundo está falhando com o povo de Mianmar, para mim não há nenhuma dúvida”, reforçou o funcionário, que também denunciou a inação do Conselho de Segurança.

Andrews pediu que a comunidade internacional não piore as coisas legitimando as eleições anunciadas pela junta no poder, as quais qualificou de farsa, e destacou os laços da Rússia e da Índia com a junta. Também criticou a Malásia por deportar solicitantes de asilo para Mianmar.