A ONU pediu aos Emirados Árabes Unidos para fornecer provas de vida da princesa Latifa, filha do emir de Dubai, depois que ela afirmou estar presa como “refém” em vídeos divulgados pela imprensa britânica.

Uma porta-voz do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Liz Throssell, informou nesta sexta-feira (19) em coletiva de imprensa que o caso da princesa Latifa foi tratado no dia anterior com a missão permanente dos Emirados em Genebra.

“Expressamos nossa preocupação com a situação, devido aos vídeos perturbadores que vieram à tona esta semana. Pedimos mais informações e precisões sobre a situação atual” da princesa Latifa, explicou Throssell.

“Pedimos uma prova de vida”, destacou a porta-voz.

Além disso, insistiu ela, dada as “graves preocupações” sobre a situação da princesa Latifa, “pedimos que o governo priorize esta resposta”.

A princesa, de 35 anos, filha de Mohamed bin Rashed al-Maktum, líder do emirado de Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, tentou fugir de barco desta cidade-Estado do Golfo em 2018, em vão.

Seus familiares transmitiram vídeos em que a princesa afirmava estar presa em uma “mansão que se tornou uma prisão” com todas as janelas fechadas e vigiada por policiais. Eles afirmam que não tiveram mais notícias dela.

Segundo a rede britânica BBC, os vídeos foram gravados aproximadamente um ano depois que ela tentou fugir.

Várias ONGs, como Anistia Internacional, pediram à ONU que se encarregue do caso da princesa Latifa, e o Reino Unido pediu provas de vida.

Em dezembro de 2018, a ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Mary Robinson, se reuniu com a princesa e declarou que ela estava “perturbada, afetada por um grave problema de saúde e tratada por um psiquiatra”, mas que estava sendo bem atendida pela sua família.

Dois anos depois, o grupo de trabalho da ONU sobre desaparecimentos forçados ou involuntários decidiu “considerar esclarecido o caso” da princesa, “que aparentemente está sendo mantida presa e incomunicável em sua casa de Dubai”.

As ONGs acusam regularmente os Emirados Árabes Unidos, rico Estado do Golfo próximo aos países ocidentais, de violar os direitos humanos e reprimir as vozes críticas.