15/02/2022 - 19:50
Mais da metade das crianças e adolescentes (55%) com câncer consegue se curar na América Latina e no Caribe, mas a maioria dos doentes sofre com as desigualdades no acesso ao tratamento, informou nesta terça-feira (15) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O câncer é a segunda causa de morte entre as pessoas com até 19 anos na região, onde a cada ano são diagnosticadas cerca de 29.000 crianças com câncer, segundo o Observatório Global do Câncer (Globocan), da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os tipos de câncer mais comuns a essas idades na região são a leucemia, o linfoma, os tumores do sistema nervoso central, o tumor de Wilms e o retinoblastoma.
“A grande maioria das crianças com câncer vive em países de renda média e baixa, onde elas enfrentam desigualdades inaceitáveis em aspectos como a detecção precoce, o diagnóstico e o acesso a tratamentos de qualidade e cuidados paliativos”, denuncia Anselm Hennis, diretor de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, em comunicado.
Essas desigualdades geram lacunas no percentual de sobrevivência, que vai de 80% a 20% dependendo do país.
Para mitigar esse problema, a Opas promove na região o programa CureAll, uma iniciativa mundial da OMS que busca aumentar o índice global de cura do câncer infantil para alcançar 60% até 2030, e trabalha em um projeto para ajudar os países mais desfavorecidos a ampliar o acesso a medicamentos essenciais que salvam vidas, acrescenta a nota.
“Apesar de a América Latina e o Caribe estarem muito próximos da meta de 60% como região, devemos fazer todos os esforços possíveis para fechar as lacunas”, afirmou Mauricio Maza, assessor regional em Prevenção e Controle do Câncer da Opas, no comunicado.
Um dos problemas que impedem o aumento do nível de sobrevivência são as altas taxas de abandono do tratamento, que nos países mais desfavorecidos da região chega a 30%.