12/05/2021 - 16:18
A pandemia da covid-19 está “longe” de estar sob controle nas Américas, apesar da redução de casos nos Estados Unidos e no Brasil, os países do mundo com o maior número de fatalidades pelo vírus, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (12).
“Quase 40% de todas as mortes globais (por coronavírus) relatadas na semana passada ocorreram aqui nas Américas”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em uma coletiva de imprensa.
+ Cientistas investigam pessoas imunes à covid-19
+ Covid-19: saiba como comprovar comorbidades para a vacinação
“Este é um sinal claro de que a transmissão está longe de ser controlada em nossa região”.
Etienne observou uma aceleração das infecções em grande parte do continente e uma ocupação dos leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de quase 80%.
Na América do Sul, duramente atingida pela pandemia nos últimos meses, aumentaram os casos na Guiana e na Bolívia, na fronteira com o Brasil, assim como na Colômbia, abalada atualmente por massivas manifestações antigovernamentais.
“Na Colômbia, onde os casos de covid-19 têm aumentado continuamente por várias semanas, esperamos aumentos ainda mais pronunciados após uma semana de protestos”, advertiu Etienne.
Ela afirmou que no Chile e no Peru, 95% dos leitos de UTI estão em uso, a maioria por pacientes com covid-19, e descreveu um panorama preocupante em Buenos Aires, com 96% de ocupação, e em algumas áreas do Brasil, onde há uma lista de espera.
Ela também observou altas taxas de infecção no Canadá, particularmente em áreas com populações indígenas, e disse que Cuba “continua a impulsionar a maioria das novas infecções no Caribe”.
Na América Central, observou aumentos nos casos nas áreas de Costa Rica e Honduras que fazem fronteira com a Nicarágua e nas regiões fronteiriças da Guatemala e El Salvador.
“Não é surpreendente que o aumento das hospitalizações em nossa região esteja provocando um desafio sem precedentes no suprimento de oxigênio em todo o continente americano”, disse Etienne, apontando para a Bolívia e Antígua e Barbuda como “locais altamente afetados”.