03/11/2021 - 14:40
Atualmente, apenas dois grupos de pessoas são recomendados para receber uma dose de reforço da vacina contra a covid-19, disse a Opas, escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, nesta quarta-feira (3).
Com base nas evidências coletadas pelo grupo de especialistas do SAGE, comitê que assessora a OMS de forma independente, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) não aconselha a administração de uma dose adicional de forma generalizada.
Pessoas imunossuprimidas devem recebê-lo, independentemente da vacina que receberam. Isso inclui pacientes com câncer, pessoas HIV positivas, aqueles que tomam certos medicamentos, como corticosteróides, e receptores de transplantes.
Pessoas com mais de 60 anos de idade que receberam uma vacina de vírus inativo, como as chinesas Sinovac ou Sinopharm, também devem receber uma dose de reforço.
“Essas pessoas precisam de uma dose adicional para se protegerem de uma doença grave e do risco de morrer por covid-19, e sua vacinação não pode ser considerada completa até que recebam a terceira injeção”, disse Jarbas Barbosa, vice-diretor da Opas.
“Ainda não há evidências suficientes para recomendar vacinas de reforço para outros grupos que estão totalmente imunizados, especialmente quando a disponibilidade da vacina é limitada e muitos em nossa região ainda não receberam sua primeira injeção”, acrescentou.
Barbosa pediu para priorizar as doses da vacina anticovid na América Latina e no Caribe, onde a imunização avança, mas há defasagens em vários países e o acesso continua desigual.
“Quando a disponibilidade de vacinas é baixa, é melhor proteger primeiro os mais vulneráveis”, lembrou.
Isso significa não atingir todos os níveis da população antes que uma alta porcentagem de grupos vulneráveis esteja totalmente imunizada.
“A Opas insta os países a priorizarem os idosos, os trabalhadores da linha de frente e as pessoas com doenças pré-existentes, para protegê-los, mas também para evitar que os sistemas de saúde fiquem sobrecarregados com casos graves”, disse Barbosa.
Uma vez que os mais vulneráveis estejam protegidos, a maior porcentagem possível da população adulta deve ser imunizada e “só depois” deve-se considerar vacinar os mais jovens, segundo a OPAS.
Barbosa lembrou que não há evidências, no momento, de que a vacinação de crianças e adolescentes seja um pré-requisito para a reabertura de escolas.
“Esta abordagem em fases estabelece a melhor base para os países reduzirem a circulação do vírus”, disse.
Até agora, 46% da população da América Latina e do Caribe foi totalmente vacinada contra covid-19, de acordo com a Opas.
No entanto, 19 países têm cobertura de menos de 40%. Entre eles, por exemplo, Nicarágua, Jamaica, São Vicente e Granadinas e Guatemala, estão abaixo de 20%.