Uma operação da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco/MPRJ) deflagrada na manhã desta quarta-feira, 28, mira empresas acusadas de atuar na lavagem de dinheiro da maior milícia do Rio, comandada por Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, que está preso desde o fim do ano passado. A suspeita é de que o grupo tenha movimentado R$ 135 milhões entre 2017 e 2023.

Nove pessoas e sete empresas são alvos da Operação Cosa Nostra Fraterna. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Especializada em Crime Organizado e incluem 21 endereços.

Os agentes estão nos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Campo Grande e Santa Cruz, na capital fluminense, além do município de Seropédica, de acordo com a polícia. O MP-RJ também cita endereços nos bairros de Paciência, Guaratiba, Cosmos e Vargem Grande.

Trata-se da primeira grande operação realizada no Rio com apoio do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), força-tarefa que reúne Polícia Civil e representantes de outros órgãos e instituições estaduais e federais. O foco é o combate a crimes financeiros e lavagem de dinheiro envolvendo facções do tráfico e milícias.

Os mandados que autorizaram a operação desta quarta-feira incluem também a interdição das empresas suspeitas, além do bloqueio de bens móveis e imóveis.

Considerado o maior miliciano do Rio, Zinho se entregou à Polícia Federal na véspera do Natal do ano passado. Desde então, estava em uma cela isolada no presídio de Bangu 1, unidade de segurança máxima do Complexo de Gericinó. Na semana passada, a Justiça atendeu a um pedido da Promotoria e determinou a transferência do miliciano para um presídio federal.

O Estadão ainda não conseguiu localizar a defesa do Zinho.