O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública Federal, Luís Felipe Vital, disse que as operações com títulos públicos no mês de julho voltaram à normalidade depois de intensa volatilidade registrada em maio e junho, que levou o órgão a lançar um programa de leilões de recompra extraordinários e a suspender vendas programadas. “O mês de julho marca a volta de leilões tradicionais, em situação de normalidade”, afirmou.

Na primeira semana de julho, o Tesouro Nacional fez o último leilão extraordinário, com recompra líquida de R$ 2,9 bilhões, quando anunciou que suspenderia a estratégia. No mês passado, houve um resgate líquido de R$ 32,51 bilhões, o que, de acordo com Vital, era esperado devido ao forte vencimento de papéis no mês.

Estrangeiros

Com a redução da volatilidade em julho, a entrada líquida de recursos de investidores estrangeiros na Dívida Pública Federal Interna foi de R$ 22,8 bilhões, o maior valor desde janeiro de 2015. “O mês de julho foi marcado por menor instabilidade no mercado, enquanto as taxas prefixadas continuaram elevadas. Os estrangeiros aproveitaram a oportunidade”, acredita o coordenador.

Ao mesmo tempo, enquanto o custo médio acumulado nos últimos 12 meses subiu em julho (de 10,31% para 10,49%), resultado, principalmente, do aumento do IPCA decorrente da greve dos caminhoneiros, o custo médio das emissões do Tesouro Nacional está em 8,2%, o menor valor da série histórica, caindo pelo 22º mês consecutivo.

Vital disse que o Tesouro Nacional poderá voltar a atuar de forma extraordinária se julgar necessário para conter a volatilidade no mercado financeiro.

Depois de um cenário mais calmo em julho – quando foram suspensos os leilões extraordinários de recompra e retomadas vendas que haviam sido canceladas nos meses anteriores -, as duas últimas semanas foram marcadas por um novo aumento na volatilidade no mercado.

Vital, no entanto, ressaltou que as condições de mercado hoje são diferentes das registradas nos meses de maio e junho, depois de o Tesouro ter atuado recomprando papéis prefixados e atrelados a índices de preços, o que reduziu o “estoque de risco” do mercado.

“O mercado possui exposição menor a risco hoje. O Tesouro segue monitorando o mercado e sempre que necessário voltará a atuar”, afirmou.

O coordenador ressaltou que, nos meses de julho e agosto, todos os leilões foram gradativamente retomados e o calendário voltou à regularidade. “O Tesouro tem conseguido nos leilões realizar a estratégia prevista para o mês”, completou.