Se você foi um dos afetados pela queda do Youtube na última terça-feira (16), saiba o problema foi causado por uma operadora telefônica paquistanesa por um motivo nada nobre: censura. O governo paquistanês buscava impedir o acesso ao trailer do novo filme do político holandês Geert Wilders, pedindo o bloqueio de 70 servidores de internet no país. Segundo as autoridades, a película retrata o islã como uma religião fascista, que incita a violência contra a mulher e homossexuais.

O problema é que o bloqueio previsto para acontecer apenas no Paquistão acabou se alastrando para dois terços do planeta graças a junção de dois problemas. Em entrevista ao canal americano ABC, o vice-presidente e gerente geral de serviços da Renesys, empresa especializada em monitorar o tráfego da internet, Todd Underwood, a operadora paquistanesa Pakistan Telecon, criou uma nova rota para quem quisesse acessar o Youtube que leva para um “buraco negro”, descartando dados e impedindo acesso ao site de vídeos. O problema foi que a operadora enviou a rota para a PCCW Ltd., sua operadora que processa dados internacionais.

A acessão criou um novo erro, uma vez que a PCCW começou a direcionar todos os seus clientes para está rota, que era para ser exclusiva para usuários paquistaneses. Porém por ser uma das 20 maiores operadoras de dados do mundo, essa rota foi passada para outras grandes operadoras, que começaram a redirecionar seus usuários para ela. Assim, praticamente todos os pedidos de acesso ao Youtube feitos no mundo estavam sendo direcionados ao “buraco negro” paquistanês, que bloqueado, impedia qualquer acesso ao serviço de vídeos.

“Uma vez que uma rede grande recebe este tipo de erro, ele se propaga para grande parte da internet rapidamente”, explicou Underwood. “Era como se a Pakistan Telecom estivesse se passando pelo Youtube para o resto do mundo”.

O Youtube emitiu comunicado dizendo estar investigando o problema com outras entidades da internet para evitar que se repita. Também não foi confirmado se os vídeos do político foram removidos do site.