01/02/2016 - 0:00
O número de assinantes de celulares despencou em 2015, segundo dados da consultoria especializada em telecomunicações Teleco.
No ano passado, a queda foi de 22,9 milhões de assinantes. Com isso, o Brasil fechou o ano com 257,7 de assinantes de serviços celulares. Em 2014, eram 280,7 milhões.
Essa é a primeira vez na história que a base de celulares não cresce, segundo a Teleco. “Quem tinha dois chips passou a ter apenas um”, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria. “É uma mudança de comportamento do usuário.”
Outro fator que contribuiu para acelerar essa queda são os aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Segundo Tude, ele está por trás desse novo comportamento do consumidor de usar apenas um chip.
Por conta disso, as empresas de telefonia tiveram de mudar a estratégia. A Oi e TIM, por exemplo, passaram a lançar planos que cobram a mesma tarifa, independentemente de a ligação ser para outra operadora.
No fim do ano passado, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, declarou que não estava mais preocupado com sua participação de mercado. Sua estratégia era fazer com que os atuais clientes gastassem mais com a operadora.
A queda em 2015 foi tão grande porque as empresas de telefonia fizeram uma limpeza gigante em sua base de assinantes inativos. Em dezembro, elas eliminaram de seus cadastros 11,8 milhões de clientes.
Explica-se a atitude das operadoras. O último mês do ano é usado como referência para que elas paguem a taxa de fiscalização Fistel, que é de R$ 13,42 por cada assinante.
Ao limpar a base, elas deixaram de recolher aos cofres públicos R$ 158,3 milhões. “Em outros tempos, com o mercado crescendo, ninguém dava bola para isso”, afirma Tude.
O presidente da Teleco estima ainda que o mercado deve cair novamente em 2016, mas o ritmo deve diminuir.