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PRÉDIO EM NOVA YORK: imóvel de seis andares que custava US$ 24 milhões antes da crise agora é vendido por US$ 12,5 milhões MANSÃO EM MIAMI : suntuosa propriedade na famosa cidade americana custava US$ 7,9 milhões e hoje sai por US$ 5,9 milhões

OS OTIMISTAS DE PLANTÃO COSTUMAM dizer que as grandes oportunidades surgem durante as crises. Há quem ache isso mais uma frase de efeito. Mas, definitivamente, não é. A desaceleração da economia nos Estados Unidos fez brotar boas opções de compra para quem tem dinheiro no bolso. ?Em algumas cidades americanas, o preço dos imóveis caiu cerca de 30%?, diz Fábio Rossi, diretor da Sotheby?s Realty Brasil. Quer um exemplo? Um apartamento no Soho, um dos bairros mais charmosos de Nova York, que custava US$ 1 milhão, hoje sai por US$ 700 mil. ?O momento para comprar é agora?, diz Rossi. É o que aponta a pesquisa S&P/Case-Schiler, que mede o preço médio dos imóveis nas 20 maiores cidades dos Estados Unidos. O último estudo divulgado em novembro de 2008 mostrava que o mercado sofreu com uma queda de 7,7% no ano ? maior baixa em mais de uma década. Só em Miami, uma das cidades mais procuradas por brasileiros, a queda média dos preços foi de 15%. E as previsões apontam para uma queda de até 40% até 2010.

 

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IMÓVEL EM MANHATTAN: propriedade com oito suítes e até jardim teve o preço reduzido de US$ 6,7 milhões para US$ 5,9 milhões

Isso se deve, principalmente, à crise do subprime, que gerou um alto índice de inadimplência das pessoas que tomaram empréstimos para comprar imóveis nos Estados Unidos. Atualmente, os bancos estão com as carteiras abarrotadas de propriedades e com uma enorme dificuldade para se desfazer delas. A saída para ter liquidez é vender por preços mais baixos. A imobiliária inglesa Quintessentially Estates, com escritórios espalhados em vários países do mundo, apresenta alguns exemplos de como a crise tem reduzido o preço dos imóveis. Um apartamento em Upper East Side, próximo ao Central Park, que custava US$ 650 mil, caiu para US$ 600 mil e, neste início de ano, deverá chegar a US$ 575 mil. ?Indicamos aos nossos clientes comprar nos meses de janeiro e fevereiro?, diz Lucy Russel, diretora de marketing da Quintessentially Estates. A Sotheby?s Realty também dispõe de um portfólio de imóveis de luxo cujos preços caíram e tornaram-se atrativos. É o caso de um prédio de seis andares localizado no bairro de Chelsea, em Manhattan, que, antes da crise, custava US$ 24 milhões e hoje sai por US$ 12,5 milhões. Em Miami, os imóveis também sofreram desvalorização. Mansões que antes custavam US$ 7,9 milhões, hoje são comercializadas por US$ 5,9 milhões ? US$ 2 milhões a menos.


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LÓTUS ELISE SC: com a redução do IPI, o preço do carro inglês caiu de R$ 300 mil para R$ 275 mil

No Brasil, por enquanto, os preços não foram baixados e ainda não há previsão de queda. ?O que vai acontecer é um congelamento de preço?, diz José Eduardo Cazarin, diretor da imobiliária especializada em propriedades de luxo Axpe. ?Em tempos de crise, os imóveis são investimentos seguros?, diz ele. Mesmo assim, os consumidores ainda estão receosos de gastar em épocas de incerteza. Neste caso, os governos estão fazendo de tudo para incentivar o consumo. Além de medidas para estimular o crédito, como a isenção do compulsório que os bancos pagam para o Banco Central, o governo brasileiro extinguiu o IPI de carros populares e o reduziu no caso de automóveis com motores mais potentes ? o que deixa os bólidos muito mais atraentes. O inglês Lótus Elise SC, por exemplo, é um deles. Com motor 1.8 de 221 cavalos de potência, ele alcança 100 km/h em apenas 4,2 segundos e atinge uma velocidade máxima de 248 km/h. Vendido no País pela loja paulistana Platinuss, ele custava R$ 300 mil e agora passou a custar R$ 275 mil: uma economia de R$ 25 mil. Quem disse que não há oportunidades na crise?