A oposição ao governo na Câmara dos Deputados quer convocar o  ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de um mandado de condução  coercitiva na manhã desta sexta-feira, 4, para prestar esclarecimentos  na Casa. Líderes tucanos voltaram a pressionar a presidente Dilma  Rousseff para que ela renuncie. “Acabou a República. É final de  governo”, disse o líder da Minoria, Miguel Haddad (SP).

“O  presidente Lula tem que ser convocado já para dar esclarecimentos sobre  todas essas suspeições. Convocar parece ser necessário”, disse Miguel  Haddad ao jornal O Estado de S. Paulo nesta manhã. Na avaliação  do tucano, Dilma se vê agora na obrigação de deixar o governo. “A  presidente Dilma deveria tomar a iniciativa de se afastar. Não tem mais  autoridade moral para governar”, opinou.

O líder do PSDB na  Câmara, Antonio Imbassahy (BA), avaliou como “gravíssima” a situação.  Ele diz acreditar que os acontecimentos desta última semana reforçam a  pressão pelo impeachment de Dilma e as manifestações antigoverno  marcadas para o dia 13 de março em todo o País. “As ruas agora vão ter  motivação extra”, afirmou.

“Isso abala os alicerces da  República”, disse Imbassahy. A semana começou com a saída de José  Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça por pressão do PT e teve o  vazamento da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS)  incriminando Lula e Dilma.

Para Imbassahy, novas  informações devem vir à tona. “Uma operação feito essa não poderia ser  feita sem muita fundamentação da Lava Jato”, afirmou o líder do PSDB.