A chapa de oposição liderada pelo empresário Benjamin Steinbruch, de 63 anos, venceu nesta terça-feira, 14, a eleição no Jockey Club de São Paulo, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Agora, os 12 integrantes do conselho de Administração recém-eleitos vão escolher seu presidente na próxima semana e iniciar a busca no mercado por um CEO (um diretor executivo) que será contratado para tentar reerguer o Jockey – afundado em dívidas que chegam a R$ 250 milhões, segundo o grupo vitorioso.

Steinbruch, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e vice-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), é o mais cotado para presidir o conselho. A chapa dele derrotou, por 160 a 121 votos, o grupo do atual presidente do Jockey, Eduardo da Rocha Azevedo, e do atual vice, o empresário Ricardo Vidigal. “Vamos contratar um headhunter para procurar um CEO para o Jockey, que terá uma gestão completamente profissional”, disse.

Segundo o empresário, também serão contratados diretores remunerados para administrar o clube, o que só é permitido agora, após a aprovação do novo estatuto do Jockey, que ocorreu em assembleia-geral no mês passado. A oposição, que derrotou o grupo que comandava a organização havia seis anos, foi eleita prometendo maior transparência administrativa, saneamento das finanças, recuperação do turfe e do patrimônio e uma “gestão mais próxima da cidade”.

Chácara

Durante a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o clube negociou com a Prefeitura a desapropriação da Chácara do Jockey, área de 143,5 mil metros quadrados que virou parque na região do Butantã, zona oeste da cidade. O negócio, porém, foi parar na Justiça em função do valor pago pelo Município, de R$ 64 milhões, enquanto o clube reivindica R$ 177 milhões.

A gestão do prefeito João Doria (PSDB) busca um acordo para viabilizar, além do parque, a construção de torres residenciais e a instalação de um museu de biodiversidade sob o comando da Universidade de São Paulo (USP) em uma área em que o Jockey e a Prefeitura afirmam haver discussão sobre a abrangência do tombamento. “Acho que dá para satisfazer tanto o clube quanto a Prefeitura e os moradores da cidade”, diz Steinbruch.