A deputada venezuelana destituída María Corina Machado sera investigada por sua participação num suposto esquema contra o presidente Nicolás Maduro, no qual também estaria envolvido o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia – informou nesta quarta-feira a Procuradoria-Geral da Venezuela.

“Já foram expedidas intimações para um conjunto de cidadãos, entre eles a ex-deputada María Corina Machado”, disse a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz ao canal Venevisión, ao detalhar que os interrogatórios começarão na próxima segunda-feira.

No suposto plano de assassinato do presidente venezuelano, denunciado na semana passada, do qual também teria participado o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker, poderiam estar envolvidos “altos funcionários de países estrangeiros”, disse a procuradora, sem dar mais detalhes sobre nomes e nacionalidades.

Na última quarta-feira, a liderança do Partido Socialista Unido de Venezuela, no poder, acusou uma série de opositores venezuelanos, entre eles Machado, de planejar um golpe de Estado e de assassinato contra Maduro. As acusações foram feitas tendo como base uma série de e-mails.

Segundo a denúncia, este ataque contra o presidente ocorreria durante os protestos que assolam o país desde fevereiro, e que já somam 42 mortes.

Machado, destituída de seu cargo na Assembleia Geral em março, é, ao lado de Leopoldo López, uma das porta-vozes da estratégia “La Salida”, que busca a renúncia de Maduro em meio à pressão das manifestações.

A ex-parlamentar ainda não reagiu ao anuncio da procuradoria, mas em sua conta oficial no Twitter se referiu às acusações lançadas contra ela pelo presidente venezuelano.

“Maduro me chamou de assassina; me condena sem uma única prova e sem defesa e sem julgamento”, escreveu Machado.

Durante seu mandato, iniciado em abril de 2013, Maduro já denunciou outros supostos planos contra sua pessoa e acusa principalmente os Estados Unidos e a Colômbia de estarem por trás das articulações.

Os governos de Washington e Caracas retiraram seus embaixadores desde 2010, embora os Estados Unidos sejam os principais compradores do petróleo da Venezuela, o maior produtor sul-americano.

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