09/10/2002 - 7:00
Os britânicos são conhecidos por sua falta de habilidade em criar itens de consumo de larga escala para o mercado mundial. Essa regra está sendo quebrada por um produto que se tornou uma coqueluche entre os consumidores da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e Japão. Gente famosa, como a cantora Madona, faz questão de tê-lo. Os menos afortunados precisam entrar numa fila de até cinco meses e pagar até 15 mil libras, o equivalente a R$ 75 mil. É uma febre que aumenta a cada dia e o mérito pertence ao Mini Cooper, o carro britânico criado em 1969 que passou para o controle do grupo alemão BMW em 1994. O Mini, como é conhecido, é muito mais que um simples automóvel. Foi por muito tempo a tradução em rodas do compacto estilo de vida britânico. Nos últimos anos, esses carros foram associados ao personagem do comediante inglês Rowan Atkinson, o Mr. Bean, e suas trapalhadas. Chegaram a Hollywood nos filmes da série Austin Powers, mas mudaram e ficaram mais sofisticados com a chegada da BMW.
Até o desembarque alemão na fábrica dos Mini, em Oxford, no interior da Inglaterra, os carros tinham como principal atrativo o seu tamanho, que em alguns casos significava a metade de alguns automóveis à venda no mercado. A BMW respeitou esse diferencial, mas deu um banho de loja no Mini. As cores opacas ficaram mais vibrantes, numa escala que vai do vermelho ao amarelo em doze opções para o comprador. Vários acessórios foram incorporados pelos engenheiros da BMW, como oito airbags para proteger os passageiros na frente, nos lados e acima; um sistema de navegação e sensores antichoque que facilitam a fuga dos ocupantes do carro em caso de acidente. Todo o projeto de reestruturação do Mini custou US$ 200 milhões ao grupo alemão. A nova versão do carro saiu do forno em abril do ano passado e em apenas oito meses foram vendidas 100 mil unidades. Até 1994, quando a BMW comprou a fábrica do Mini, tinham sido fabricados 5 milhões de unidades. O novo Mini, que tem o motor fabricado no Brasil, na unidade da BMW em conjunto com a Chrysler, no Paraná, virou uma grande êxito comercial. O carro deverá ganhar uma versão de motor a diesel, mas continuará como sempre foi: pequeno, confortável, seguro e rápido, capaz de chegar aos 200 km por hora em grande estilo.