Eles formam uma comunidade particular. Fazem parte de uma espécie de Orkut, com uma diferença: uma é virtual e a outra, real. E põe Reais nisso. A turma que freqüenta as festas e eventos organizados para essa galera é da pesada. São jovens executivos e herdeiros que ostentam sobrenomes ilustres e contas bancárias rechonchudas. É um clube dos milionários. Pessoas de todas as regiões do Brasil encontram-se em finais de semana, aproveitam reuniões regadas ao que há de melhor e, entre um gole e outro de champanhe, fecham grandes negócios. O nome da comunidade? Sedna Club. O dono da idéia? O empresário mineiro Henrique Alves Pinto, presidente de um grupo que inclui a construtora Tenda, uma rede de estacionamentos, cinemas e outros negócios que, juntos, faturam R$ 300 milhões. ?A Sedna Club é um tremendo network?, diz Alves Pinto, assim mesmo, com a expressão em inglês.

A idéia de montar a Sedna, nome de um novo planeta descoberto no sistema solar, surgiu das inúmeras festas que Henrique organizava. ?Sempre tive um canal de amizades muito bom?, diz ele. Alguns nomes: Leonardo Senna, sócio-diretor da Audi Senna, Pedro Grendene, herdeiro da famosa empresa de calçados, e Alex Meyerfreund, da família dos fundadores da Chocolates Garoto. Mesmo com brasões de peso, Henrique e o seu sócio Leandro Araújo fazem questão de convidar pessoas de todo o País ? assim, a teia de relacionamentos aumenta. A primeira experiência da dupla foi em um evento em Araxá (MG), em outubro de 2003. ?O sucesso foi tão grande que o combustível do aeroporto acabou?, diz Alves Pinto. Mais de 30 aeronaves particulares aterrissaram na cidade para o grande regabofe.

Tudo é preparado para agradar essa gente com berço de ouro. No evento de Araxá, a Sedna reservou todos os apartamentos do Hotel Tropical para os 720 convidados. Cada pessoa pagou, no mínimo, R$ 1,2 mil para participar da reunião. Se o café da manhã, tradicionalmente, acaba às 10 horas, nos eventos da Sedna ele vai até às 13 horas. Isso porque as festas, comandadas por DJ?s internacionais, acabam no dia seguinte. A maioria dos freqüentadores é homem. Para desatar esse nó, a Sedna cobra preço inferior das mulheres. Tudo para manter um percentual de 60% de público feminino e 40% masculino. ?As pessoas pedem para entrar mas não podemos aceitar todos?, diz Araújo. Cada integrante da comunidade passa pelo crivo dos sócios. ?Só entra quem se encaixa no perfil?, diz Alves Pinto. Tradução: dinheiro no bolso e influência.

O plano, agora, é ultrapassar fronteiras. ?Vamos fazer encontros no Caribe, Saint Tropez e Ibiza?, anuncia. A julgar pelos contatos do jovem empresário de 30 anos, a iniciativa tem futuro. Basta ver que entre seus amigos pessoais encontram-se personalidades como Lord Edward Spencer Churchill, neto do ex-primeiro ministro britânico Winston Churchil e o xeque Khalid Bin Bander, filho do embaixador da Arábia Saudita nos EUA. O Sedna, cabe repetir, não é um puro Orkut, mas tem um site para o começo das brincadeiras: www.sednaclub.com.br.