30/01/2008 - 8:00
ASSUNTOS CORRIQUEIROS: os usuários trocam mensagens sobre iates, carros, helicópteros e jóias
Procura-se pessoa bem-sucedida, com uma boa rede de contatos e dona de uma conta bancária recheada. Pode parecer mais um daqueles recrutamentos para um programa de reality show de ricos e famosos. Não é. Trata- se, na verdade, dos requisitos para quem pretende acessar duas das comunidades digitais mais exclusivas do mundo: a rede social ASmallWorld, criada, em 2004, na Suécia, e, segundo DINHEIRO apurou, a brasileira Social Life, que será lançada no próximo dia 25 de fevereiro.
As duas são uma espécie de Orkut, o site de relacionamentos do Google, só que voltadas para milionários. A rede ASmallWorld, idealizada pelo investidor sueco Erik Wachtmeister, é como um clubinho da alta sociedade internacional. Ali, encontram-se endinheirados europeus (65%), americanos (15%), asiáticos e árabes, entre outros. Quer falar com Tiger Woods, o jogador de golfe que ganha US$ 100 milhões por ano? Basta clicar na página para trocar mensagens com ele. O mesmo acontece com a modelo Naomi Campbell, com a aspirante a celebridade Paris Hilton, com o magnata Donald Trump, com figurões que ostentam sobrenome Rockefeller e com outros 270 mil assinantes.
Como esse povo preserva a privacidade ? tirando, é claro, Paris Hilton e seus vídeos da pá virada ?, o conteúdo é protegido. Nos bastidores, contudo, circulam informações sobre convites de festas de arromba, passeios de Ferrari, dicas de compras em joalherias e até aluguéis de ilhas e mansões entre os usuários.
O Social Life, que debutará em fevereiro, é de autoria do empresário paranaense Nilton Alexandre de Souza. Inspirada no ASmallWorld, a versão brasileira também será rigorosa na seleção dos usuários. Para ser aceito, além de se cadastrar na internet, será necessário convencer uma comissão de empresários. Por enquanto, as candidaturas espontâneas só serão aceitas até o dia do lançamento da rede social. Depois, apenas alguns dos usuários terão carta branca para convidar outras pessoas a integrar o seleto grupo dos ?mais exigentes e afortunados do País?, como define o anúncio de apresentação da rede. E o time de investidores avisa: é proibido divulgar informações do que se passa na rede. Mais: caso algum membro não apresente comportamento adequado, poderá ser excluído. Como também acontece no ASmallWorld, quem mente, principalmente sobre a situação social, está fora. Para isso, se achar necessário, a comissão julgadora solicitará até uma entrevista pessoal para tirar a prova da autenticidade dos dados fornecidos.
Para fazer parte do Social Life, cada membro deve arcar com uma mensalidade de R$ 79. Daí, o grande poder comercial do negócio. Estima-se que cerca de 500 mil pessoas deverão se inscrever no site até a data de seu lançamento. Se apenas 10% destas forem aceitas, só com o valor das mensalidades, seriam arrecadados inicialmente quase R$ 4 milhões por mês. Para atender à expectativa dos usuários, os investidores sabem que terão de oferecer muito mais do que já existe em redes sociais gratuitas. No menu do Social Life, portanto, haverá serviços de consultoria, guias de viagens e entretenimento, e até ambientes para negócios. Aparentemente, os criadores da rede brasileira podem ficar sossegados quanto ao desempenho do negócio. Se o ASmall- World fez sucesso lá fora, o Social Life tem todos os ingredientes necessários para mexer com o ego e com o bolso dos ricos daqui.