As listas, além de divertidas, são didáticas. Elas ajudam a compreender o mundo. O site americano AskMen.com fez um levantamento das dez maiores fortunas de todos os tempos. Com dólares atualizados para os dias de hoje, a partir de uma equação matemática que leva em consideração a inflação, o crescimento do PIB e as flutuações monetárias, definiu-se quanto dinheiro teria cada um dos magnatas atualmente. O campeão, disparado, é John D. Rockefeller (1839-1937), o rei do petróleo, que teria patrimônio de US$ 200 bilhões. O décimo colocado é o xeque Zayed Bin Al Nahyan, de 88 anos, o mandachuva dos Emirados Árabes Unidos desde 1966, também debruçado em mananciais do óleo negro, com riqueza estimada em US$ 23 bilhões. A distância de um para outro, de Rockefeller para Al Nahyan, é uma estrada que demonstra o modo como os dólares mudaram de mãos ao longo dos tempos.

Embora ambos tenham enriquecido ancorados na principal fonte de energia do planeta, há diferenças cruciais. O americano é de uma época em que a sociedade dos Estados Unidos ainda não tinha as regras econômicas de hoje, mal saíra do isolamento rural do Século XIX para o universo industrial do Século XX e atravessava as dores de parto do capitalismo. Enriquecer, naquele tempo, a rigor, era mais fácil ? embora o próprio Rockefeller tenha sido atingido pela lei anti-truste que o forçou a dividir em pedaços a Stantard Oil. O líder dos Emirados, contudo, prospera em outro ambiente, globalizado, de mercado internacional poderoso, ainda que muito dependente do petróleo.

O dinheiro deixou de ser exclusividade de industriais como Andrew Carnegie (1835-1919), o campeão do aço, e Cornelius Vanderbilt (1794-1977), o superconstrutor de ferrovias, para ingressar na seara de quem cresceu explorando algo intangível, a massa cinzenta, os bits e bytes de computador. Hoje, quando se pensa em riqueza, o primeiro nome a despontar é o de Bill Gates, o criador da Microsoft, e seu parceiro na aventura, Paul Allen. É a nova economia no comando. Nova ou antiga, ressalve-se, o poder do capital sempre esteve colado aos EUA, em outro dado crucial do levantamento. Dos dez primeiros colocados, oito tornaram-se bilionários nos EUA, mesmo imigrantes. Os outros dois, de países árabes com ricos lençóis de óleo, cresceram vendendo para os americanos. Até segunda ordem, o império econômico ainda é dos herdeiros de Rockefeller e dos discípulos de Gates.

4º lugar – John Jacob Astor (1763-1848), Peles/imóveis,
US$ 85 bilhões:

Nascido na Alemanha, tornou-se símbolo da capacidade da América em construir milionários já no Século XIX. Montou um internacional de comércio de pele.

5º lugar – Bill Gates, 55 anos, Computação,
US$ 60 bilhões:

É o ser humano mais odiado e amado do planeta. Fundador da Microsoft, empresa que mudou nosso tempo, tornou-se o maior filantropo do mundo, com doações anuais de US$ 7 bilhões

6º lugar – Larry Ellison, 62 anos, Computação,
US$ 55 bilhões:
O mandachuva da Oracle, sinônimo de banco de dados, virou lenda em vida pelos dólares no bolso mas também pela atávica mania de colecionar mulheres e confusões

7º lugar – Fahd Bin Abdul Azis (1923-2005), Petróleo,
US$ 30 bilhões:

O Rei da Arábia Saudita celebrava, em seus últimos dias de vida, a explosão do preço do barril de petróleo (além dos US$ 50) e a destruição de boa parte da bacia iraquiana

8º lugar – Warren Buffett, 72 anos, finanças,
US$ 28 bilhões:

O mandachuva da Oracle, sinônimo de banco de dados, virou lenda em vida pelos dólares no bolso mas também pela atávica mania de colecionar mulheres e confusões

9º lugar – Paul Allen, 53 anos, Computação,
US$ 25 bilhões:

Co-fundador da Microsoft, faz dinheiro com uma coleção de idéias ligadas ao universo pontocom. Tem o maior iate do mundo, o Octopus, com cinco andares.

10º lugar – Zayed Bin Al Nahyan, 88 anos Petróleo
US$ 23 bilhões

O xeque comanda os Emirados Árabes Unidos desde 1966. Sua riqueza baseia-se nos lençóis de óleo, no mercado imobiliário e na vitalidade do mercado financeiro.