08/12/2015 - 0:00
Empreender é uma jornada estimulante, mas também cheia de obstáculos. Muitos deles dizem respeito à personalidade e ao modo como o empreendedor lida com os desafios. Para entender melhor quais são essas armadilhas e como superá-las, o blog conversou com a coach Fernanda Peris, que é membro da Sociedade Brasileira de Coaching.
A partir da experiência no atendimento a executivos e empresários, ela enxerga pelo menos cinco grandes erros que podem arruinar uma startup. Entre os quais estão se fazer de vítima, não rever atitudes e não enxergar as próprias limitações.
Vale conferir as dicas da Fernanda Peris, que atendeu ou atende a executivos de organizações como Oi, Vale e Sebrae. Ela é coautora do livro “Coaching- Grandes Mestres ensinam como estabelecer e alcançar resultados extraordinários na sua vida pessoal e profissional”, lançado pela editora Ser Mais.
Eis os cinco erros.
1. Vitimização
Um dos principais erros cometidos por quem deixa a vida de funcionário e começa a empreender é achar que o mundo, o governo, as pessoas ou os clientes lhe devem algo. Não, eles não lhe devem nada. Se você não for muito bom no que faz, não atingirá seus resultados. Portanto, o primeiro passo é parar de reclamar.
Liberdade tem um preço, que é se responsabilizar pelo que lhe diz respeito. Pelo sucesso e pelo suposto fracasso. Sem reclamar, sem ficar pensando em “como o mundo é injusto”, sem entrar na onda do mimimi. Se você se portar como vítima, vai perder energia e desistir.
2. Querer mudar o mundo, mas não mudar a si mesmo
Todos os atributos que o fizeram chegar até aqui não são mais úteis para levá-lo a um novo patamar. Você pode ter vencido grandes batalhas e ter se superado incrivelmente. Isso é ótimo. Parabéns. Mas se quiser jogar em outro nível, precisará mudar de novo, mais uma vez, e mais uma vez. Afinal, se tivesse recursos internos para estar num patamar superior, você já estaria lá, certo? Então, cresça e se desenvolva. Sempre.
3. Não enxergar seus pontos cegos
Existem empreendedores que sabem o que precisam mudar, mas não mudam. Esses se encaixam naquilo que Einstein disse certa vez: “Insanidade é querer resultados diferentes fazendo o que sempre fez”. A verdade, no entanto, é que a maioria não é insana, simplesmente não sabe. Não enxerga. O que faz você falhar no seu negócio na maioria das vezes não se trata do que você não sabe, mas do quanto ou daquilo que você “não sabe que não sabe”. São os pontos cegos.
Se você já tentou várias alternativas para atingir determinados resultados e está quase jogando a toalha, é melhor se perguntar se não está com um baita ponto cego em sua vida. Como exemplo, isso equivale a pegar uma canoa, ir para o mar e não saber que existe ou precisa de remo. Não importa o quanto você se esforce, nade ou se mexa. Simplesmente não vai funcionar até que você descubra o ponto que vai realmente fazer a diferença.
4. Não pedir ajuda
Essa dica chega a ser clichê, mas é necessária. Embora seja você quem decida tudo no seu negócio, pode decidir ter ajuda. Alguns empreendedores têm síndrome de super-herói e acham que conseguem fazer tudo sozinhos. A verdade é que quando compartilhamos com outros empreendedores ou contratamos um profissional, ou até mesmo entramos em grupos de apoio, o salto é brutal. E por que isso acontece? Por causa dos pontos cegos. Você pode não ver o seu ponto cego, mas uma pessoa certa, observando do lado de fora, certamente o verá com muita clareza.
5. Pedir ajuda à pessoa errada
Aqui chegamos a um ponto crucial. Embora qualquer pessoa possa contribuir de alguma maneira com sua vida, nem todas vão saber lhe ajudar a conduzir melhor um negócio. Ou a eliminar o seu ponto cego. Em que área da sua atividade profissional você precisa de ajuda? Liderança? Mentalidade empreendedora? Gestão? Emocional? Estratégia? Não importa.
Procure pessoas que já tenham alcançado bons resultados ao empreender. Mas cuidado. Não reze a cartilha adotada pela maioria dos empreendedores iniciantes, que é pedir ajuda sempre para os mesmos amigos ou familiares, pessoas que normalmente não estão preparadas para ajudar porque estão no mesmo nível ou em estágio inferior a você.
Seja prático. A ajuda ideal deve vir de alguém que você considere realmente uma referência naquilo a que se propôs fazer. Caso contrário, você receberá uma lista de “achismos” ou, no máximo, terá uma boa conversa de bar.