19/12/2007 - 8:00
Aprimeira impressão é a que fica. Essa tese vale ainda mais quando se trata de um produto a ser lançado no mercado. ?Não há uma segunda chance?, diz Guilherme Belluzzo, sócio da Top Brands, consultoria especializada em gestão de marcas. ?O primeiro impacto é causado com um grande evento.? As festas, as recepções, os regabo- CARLOS SAMBRANA fes, seja qual for o nome, ganharam importância estratégica para as empresas. E, mais do que ressaltar o produto, eles têm de surpreender. Nesse cenário, quem tem conquistado destaque é um cenógrafo nascido em Santos, formado em publicidade, que atuou como ator e se tornou o queridinho das grifes de luxo. Carlos Pazetto, de 47 anos, assina ou já assinou eventos de marcas como Cartier, Louis Vuitton, Veuve Clicquot, Ferragamo, Ricardo Almeida, H.Stern, Nespresso, entre outras. Agora, sua empresa, a Pazetto Events Consulting, está na mira de grandes companhias internacionais do show business. ?Recebemos ligações de empresas de eventos de Paris, de Los Angeles e até de Hong Kong?, diz Marcos Augustinas, sócio da Pazetto. ?Estamos conversando com todas para uma possível parceria ou associação.?
Os estrangeiros estão de olho na Pazetto devido ao sucesso de suas criações. ?Além da cenografia, eles pensam em todos os detalhes, como, por exemplo, o modo como o garçom deve servir a bebida?, diz Gabriela Moreno Sanches, diretora de marketing da Möet Henessy. Qual é o custo dessa atenção? ?De R$ 1 mil a R$ 5 mil por convidado?, diz Pazetto. São festas de arromba com direito a efeitos hollywoodianos. Uma delas aconteceu em 2004, no lançamento do relógio Santos, da Cartier. Um hangar foi alugado em pleno aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e um festão foi preparado. A entrada, por exemplo, era feita por escadas de avião. Os garçons e todos os funcionários não podiam usar relógio que não fosse um Cartier. Uma réplica do Demoiselle, avião construído pelo aviador brasileiro, foi instalada no teto. ?A festa durou até as cinco horas da manhã?, diz Pazetto.
No fim do evento, Bernard Fornas, o CEO da grife francesa, chamou Pazetto e marcou um encontro, no dia seguinte, na recepção do hotel Copacabana Palace. Preocupado, reuniu toda a equipe de funcionários para saber se algo havia dado errado. ?Tudo tinha sido perfeito, não sabia o que ele queria?, diz Pazetto. Foi, então, apreensivo ao encontro de Fornas e saiu de lá com um relógio de presente e o direito de fazer os eventos da Cartier em toda a América Latina. ?Ele já preparou nossos eventos em Buenos Aires e prestou consultoria em outros países da região?, diz Veronique Claverie, diretora de marketing da Cartier. ?Além de ser criativo, ele tem profundo conhecimento do mercado de luxo.? Pazetto, que trabalhava exclusivamente com moda, só entrou nesse segmento em 2000. Na época, 80% do faturamento da agência vinha dos desfiles e 20% de eventos. Hoje, a proporção inverteu-se. Mas Pazetto ainda arrisca seus passos no mundinho fashion. O último desfile da Colcci, no qual Gisele Bündchen desceu de elevador, foi assinado por ele. Nas horas vagas, também participa do Brazil?s Next Top Model, da Sony Television, como diretor artístico. Prova de que ele está ligado em todos os canais.
