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A FACHADA DO CASARÃO ONDE FUNCIONA A MAIS FAMOSA butique da grife francesa Louis Vuitton, localizada na avenida Champs- Elysées, em Paris, é um convite irresistível a uma viagem ao universo da marca. No lado de dentro, a arquitetura inovadora do local, que faz os produtos parecerem obras de arte expostas em um museu, atrai a atenção do público. Nos sete andares que compõem os três mil metros quadrados de loja, cada ambiente reforça a imagem de sofisticação da grife. “Para dar vida a essa loja, foi necessário um ano e meio de intenso trabalho de pesquisa e criação”, disse à DINHEIRO o badalado arquiteto Peter Marino, o responsável pelo projeto. Assim como ele, outros profissionais têm o objetivo de reforçar, por meio da arquitetura, o mesmo conceito que os estilistas tentam transmitir em suas criações: o DNA das grifes. O italiano Paolo Giachi, por exemplo, teve como missão refletir os estilos das grifes italiana Prada e inglesa Jimmy Choo em suas lojas. Os brasileiros Fernanda Marques e Arthur Casas já dirigiram projetos de grifes como Ermenegildo Zegna e Alexandre Herchcovitch, respectivamente. E as listas de grifes desses artistas do varejo são ainda mais extensas.

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O arquiteto americano Peter Marino, 55 anos, possui um dos currículos mais invejados do mundo. Em 24 anos de experiência no varejo, ele desenvolveu as lojas da Chanel, em Tóquio, Nova York, Paris e Hong Kong; Fendi, em Roma e Nova York; Dior, em Nova York e Beverly Hills; Ermenegildo Zegna, em Nova York e Milão, entre outras. Seus projetos são famosos pelo tipo de material utilizado. Ele já usou placas de ouro para fazer uma série de painéis para a loja nova-iorquina Barneys. No projeto da butique Fendi, em Roma, uma loja com 700 metros quadrados que custou US$ 25 milhões, Marino incluiu um candelabro de sete metros de altura feito de vidro Murano. “Nas minhas criações, procuro integrar a arquitetura, o design interno e o produto”, destaca Marino.

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Apesar de projetarem belíssimos templos de consumo, os arquitetos não podem criar com total liberdade. As marcas exigem um padrão arquitetônico a ser seguido. “O design interno, a forma como o cliente poderá transitar na butique, a iluminação e a exposição dos produtos têm de estar ligados ao estilo da grife”, conta Paolo Giachi, 42 anos, que ganhou experiência no ramo após passar quatro anos trabalhando exclusivamente com a grife Prada. Hoje, ele possui escritório próprio e é o responsável pelas butiques da grife de sapatos Jimmy Choo, em Londres, Milão, Taiwan e Xangai. Elas apelam para a simplicidade em tons claros. O espaço interno das lojas é dividido em diferentes ambientes e decorado com madeira e muito veludo. Como criam os projetos das grifes, os arquitetos, conseqüentemente, tornam-se grifes. Para ter a assinatura de Giachi, é necessário pagar entre 3,5 mil euros e 7,5 mil euros por metro quadrado. “Desenho cerca de 30 novas lojas por ano”, contabiliza. Seu mais recente trabalho pode ser apreciado no shopping Cidade Jardim, recentemente inaugurado em São Paulo, onde Giachi projetou a primeira filial da multimarcas Fashion Factory em um espaço de 180 metros quadrados.

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