Maria Queiroz era pesquisadora do Ibope até outubro de 2014, quando foi demitida. Desde então, vive dos trabalhos que surgem esporadicamente. “É muito sazonal. Às vezes fico semanas sem um trabalho e, quando consigo, pagam muito mal.” Aos 57 anos, ela diz que teve de reduzir muito seu padrão de vida para se enquadrar à nova realidade financeira.

Maria já teve uma empresa de pisos laminados e administrou um restaurante antes de se tornar pesquisadora social. Enquanto estava empregada, vivia numa casa confortável e bem localizada. “Hoje, moro na periferia da zona leste, num apartamento de conjunto popular. Meu padrão de vida foi extremamente reduzido.”

O que ganha fazendo “bicos” é suficiente só para pagar as contas básicas. E duas semanas sem nenhum trabalho significa ficar 45 dias sem nenhum ganho. “Isso, claro, se a empresa pagar no tempo esperado. Se atrasar, são pelo menos dois meses de penúria.”

Apesar de estar há quase três anos sem emprego fixo, ela não perdeu as esperanças de conseguir se recolocar. “Só assim vou conseguir recuperar meu padrão antigo, limpar meu nome e pagar as dívidas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.