Os parlamentares mais influentes do País na era Lula foram identificados. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) acaba de lançar a edição 2003 do livro Os Cabeças do Congresso Nacional. A base é uma pesquisa realizada todos os anos, há dez anos, que aponta os 100 parlamentares mais influentes entre seus pares. Há 35 nomes novos em relação ao levantamento do ano passado. Destes, 26 são ligados ao novo governo. O PT, que antes tinha 11 congressistas entre os mais influentes, agora tem 22. O PSDB, em compensação, emplacou apenas 12 nomes na lista. Equilibristas históricos, os políticos do
PFL são 19 entre os 100 mais.

Hoje, o cabeça dos cabeças é o economista Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado. ?Ele reúne as duas condições principais: opinião técnica e respaldo político do governo?, explica o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz. Está na primeira divisão dessa elite um trio bastante conhecido do empresariado. Um deles é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), apontado na pesquisa como a voz das grandes corporações. ?Faço oposição construtiva?, defini-se. Em seu quinto mandato, o deputado Delfim Netto (PPB-SP) é considerado o maior formador de opinião da casa. Fecha a trinca o deputado Armando Monteiro Netto, presidente da CNI.

Na lista de 2003 surgiram três líderes poderosos que há um ano estavam na terceira divisão da Câmara. Um é o Professor Luizinho (PT-SP), atuante em missões espinhosas na área financeira. Outro é Jorge Bittar (PT-RJ), o homem do PT na Comissão do Orçamento. A maior surpresa é Beto Albuquerque (PSB-RS), a voz de Antônio Palocci no Congresso.

Em assuntos de mineração, energia e transportes reina absoluto o deputado Eliseu Resende (PFL-MG), ex-presidente da Eletrobrás e ex-ministro dos Transportes e da Fazenda. ?Meu trabalho é articular nos bastidores?, explica. Quando o assunto é Orçamento, o senador Sérgio Guerra (PSDB-CE) é o mais influente. Para resolver algum tema da Zona Franca de Manaus, Pauderney Avelino (PFL-AM) foi o mais citado na pesquisa. Correndo por fora, o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), 33 anos, tornou-se o caçula dos cabeças. Ex-analista do banco Icatu, começou a ascender há dois anos como a voz de Armínio Fraga no Congresso. ?Meu objetivo agora é bater firme na carga tributária?, diz. O grande tema econômico de 2004 será a reforma trabalhista. Por isso, o Diap prevê o crescimento de dois sindicalistas que já estão na lista deste ano, o senador Paulo Paim (PT-RS) e o deputado Vicentinho (PT-SP). ?Ser reconhecido no primeiro ano de mandato é extraordinário?, festeja Vicentinho. Outro em ascensão é o deputado Sandro Mabel (PL-GO), interlocutor empresarial. Para entender o Congresso, será preciso ficar de olho neles em 2004.