19/12/2007 - 8:00
NOS ÚLTIMOS ANOS, diversos produtos brasileiros conquistaram corações e mentes de consumidores de vários cantos do planeta. Havaianas (sandálias), Rosa Chá (vestuário), Embraer (aeronaves) e Marcopolo (ônibus) são alguns exemplos.
Apesar disso, as empresas daqui ainda precisam percorrer um longo caminho até conseguir um lugar no mundo globalizado. E as dificuldades não são poucas. A começar pela questão cultural. ?O grande período em que a economia permaneceu fechada fez com que boa parte dos empresários não se preocupasse em desenvolver marcas de prestígio internacional?, opina o economista Antonio Côrrea de Lacerda. Um erro que, segundo ele, pode condenar o País a ser um mero exportador de commodities.
Mas o que fazer para virar esse jogo? Para o consultor Eduardo Tomiya, sócio da BrandAnalytics, é preciso apostar no fortalecimento dos atributos positivos da ?marca Brasil?, ainda muito associada ao samba e ao futebol. ?Temos de mostrar ao mundo que também somos um país inovador, que investe na qualidade de seus produtos e serviços?, ressalta Tomiya. Para isso, é necessário promover campanhas de marketing focalizadas em um públicoalvo bem definido. Mais: não se pode cair no engano de uma distribuição generalizada. O correto seria determinar canais de distribuição específicos, que ajudariam no conhecimento do mercado. O receituário inclui ainda utilizar, quando for o caso, aspectos do estilo de vida brasileiro que agradem ao público estrangeiro.
Foi esse o caminho seguido pelo empreendedor Marcos de Moraes com a cachaça Sagatiba, um projeto que vai consumir US$ 40 milhões no período 2004-2008. A bebida é vendida em 19 países. ?Disputamos espaço em bares da moda com ícones como a vodca sueca Absolut?, gaba-se Flavio Stadnik, diretor de marketing da Sagatiba. Para o economista Lacerda, contudo, vitórias pontuais são incapazes de colocar o Brasil em um novo patamar. ?É necessária uma ação articulada entre o governo e os empresários para construir uma estratégia efetiva de internacionalização?, destaca. ?Precisamos reduzir a carga tributária e adotar uma política cambial competitiva?, defende.