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Campus da esade na espanha: escolas investem em emergentes para fortalecer laços com empresas locais e captar novos alunos, cada vez mais raros nos mercados desenvolvidos

 

Depois de desembarcar no País com empresas como Telefónica e Santander, a Espanha está prestes a invadir o Brasil novamente. Desta vez, colocando um pé nas salas de aula brasileiras. Na próxima semana, começa a funcionar em São Paulo o escritório da espanhola Esade, uma das dez mais importantes instituições de ensino de negócios do mundo, segundo publicações especializadas como o Wall Street Journal, The Economist e Financial Times. Fundada em 1958, hoje a escola tem seis mil alunos em seus campi em Madri, Barcelona e Buenos Aires. ?Para nós o Brasil é o menos emergente dos países emergentes. O País é a Alemanha da América Latina?, diz Ivan Bofarull, diretor de reputação internacional da Esade. Segundo ele, porém, a escola não irá ministrar cursos no Brasil, embora isso possa acontecer no futuro, através de parcerias com escolas do País. O objetivo nesse momento, explica, é captar mais alunos para os cursos que a Esade oferece na Espanha e na Argentina. De acordo com Bofarull, nos mercados desenvolvidos como Europa e EUA, a tendência é que haja cada vez menos alunos ingressando nas escolas de negócio. A alternativa é buscá-los no Exterior, especialmente em países emergentes. Além do escritório brasileiro, a Esade vai abrir outros quatro, sendo um deles na China e outro na Índia. ?O Brasil foi o primeiro pois é possível dobrar o número de alunos no País?, afirma.

 

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Outro interesse da Esade em abrir um escritório no Brasil é tentar elevar sua influência no País e conhecer melhor o mercado local e as empresas brasileiras. Segundo Bofarull, isso é importante porque já começa a surgir um grande número de companhias brasileiras com projeção internacional, caso da Embraer e da Gerdau. Com mais alunos brasileiros, explica, é possível reforçar os laços com as companhias locais onde trabalham, promovendo maior intercâmbio de informações. Além disso, diz, fica mais fácil conseguir, via ex-alunos, posições de estágio ? e até de emprego ? para os alunos atuais. Para a escola, conhecer melhor o mercado brasileiro é importante para aprimorar o currículo dos cursos que oferece. Segundo Bofarull, há uma demanda crescente entre os alunos ? mesmo os não brasileiros ? por informações a respeito do País. ?Em troca, oferecemos a nossos alunos uma janela para o mercado europeu, além de uma ponte de contato entre eles seus pares da Ásia e da África que também estudam conosco?, completa Bofarull.