Não precisa ser advogado para já ter ouvido falar no escritório Pinheiro Neto. Há 60 anos a banca paulistana é uma referência no setor. Mal comparando, está para o Direito assim como a Kibon está para os sorvetes. Não é de estranhar, portanto, que os rivais estejam sempre se mexendo para, digamos, tornarem-se ?novos Pinheiro Neto?. Poucos conseguem. Mas entre os que estão seguindo a cartilha direitinho aparece o Veirano Advogados. Quinto maior do Brasil, o escritório deu uma tacada inédita no setor: criou um conselho recheado de figurões. ?A competição está acirrada e a empresa precisa de pessoas que ajudem a traçar os rumos futuros?, explica Ronaldo Veirano, um dos 27 sócios do escritório e mentor da empreitada. ?Os conselheiros não estão aqui para arrumar clientes, e sim para contribuir com a gestão do negócio.? E os estrategistas já têm nome: Rubens Barbosa (ex-embaixador em Washington), Ana Maria Diniz (herdeira do Grupo Pão de Açúcar), Jorge Raimundo Filho (ex-presidente da gigante farmacêutica Glaxo, hoje GSK), Eduardo Plass (Oppus Investimentos) e Oscar de Paula Bernardes (ex-presidente da Bunge Alimentos). O empresário da siderurgia Jorge Gerdau Johannpeter foi convidado e disse não. Gostou do projeto, mas alegou falta de tempo.

O escritório espera muito de seus galáticos. Deseja que o quinteto ajude a inflar a rentabilidade da companhia. Mais: auxilie no planejamento estratégico e na identificação das tendências do mercado. ?Não foi o ineditismo que me convenceu. Foi a chance de usar a minha experiência internacional?, diz o ex-embaixador Rubens Barbosa. ?Eu contribuirei com minha visão pragmática de fazer negócios?, completa Ana Maria Diniz. É justamente na discussão do modelo de negócio que o conselho consultivo terá grande serventia. Os conselheiros podem e devem palpitar sobre tudo, desde o local ideal para abrir uma unidade até orientar sobre qual é o melhor negócio.

Na prática, a criação do conselho é só um passo no processo de expansão do escritório. Com oito anos de vida e um faturamento anual de R$ 80 milhões, o Veirano alimenta o sonho de fincar sua bandeira em todo o território nacional. A banca já tem um pé no Rio de Janeiro, em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Fortaleza, Recife, João Pessoa e Macaé (RJ). ?Em três anos, teremos filiais em Curitiba, Belo Horizonte e Salvador?, afirma Veirano.