Máximo Lima, fundador da empresa de investimentos imobiliários paulista Hemisfério Sul Investimentos, conhecida como HSI, sabe bem o valor de uma noite de sono. Em meados dos anos 1990, ele trabalhava em Nova York para o Wasserstein Perella, um dos mais agressivos bancos de investimentos americanos. “Em 1995, trabalhei 363 dias no ano”, diz ele. “Era comum receber uma mensagem ou uma ligação às três da manhã, me convocando para estar no escritório em 20 minutos.” Agora, atuando na área mais calma dos investimentos imobiliários, Lima não poderá se queixar da falta de lugares para dormir. Ele anunciou na sexta-feira 15 uma associação com a construtora W Torre para construir 20 hotéis até 2015, de olho nas cidades mais promissoras. 

 

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Máximo Lima, da HSI: foco no Norte e no Centro-Oeste: “Vamos oferecer hospedagem

em regiões que não têm hotéis para executivos”

 

“Vamos investir R$ 350 milhões”, diz Lima. O foco da nova bandeira hoteleira, denominada Zii, serão cidades médias com público de jovens executivos e mercado em expansão acelerada. Os hotéis ficarão distantes dos grandes centros. O primeiro a ser construído vai ficar em Parauapebas, município paraense de 167 mil habitantes, localizado a 700 quilômetros de Belém. A cidade, com o segundo maior Produto Interno Bruto do Pará, é conhecida por estar localizada no sopé da Serra de Carajás, a maior jazida de minério de ferro do mundo. “Nossa ideia é oferecer hospedagem de qualidade em regiões que, apesar de seu desenvolvimento, ainda não possuem hotéis adequados ao público executivo”, diz Lima. 

 

Os próximos lançamentos, ainda em fase de negociação, vão ficar preferencialmente em cidades das regiões Norte e Centro-Oeste. A joint venture fará a aquisição do terreno, o desenvolvimento do empreendimento e a administração do hotel. O projeto hoteleiro é a segunda grande transação da HSI em poucos meses. No fim de 2012, ela realizou o maior negócio imobiliário entre uma empresa brasileira e um investidor internacional, vendendo 37 ativos logísticos, como armazéns e entrepostos, localizados em 11 Estados, por R$ 2,9 bilhões. O comprador foi a empresa Global Logistic Properties, de Cingapura, com participação de fundos de pensão do Canadá e dos Estados Unidos.