Eles estavam entre os favoritos para 2010. No entanto, assim como a seleção de Dunga, os fundos de ações também decepcionaram no primeiro semestre. Nesse período, apenas sete fundos de 286 ligados ao Índice Bovespa ou ao IbrX deram alguma alegria aos investidores, segundo pesquisa da ferramenta de análise de fundos da Economática. Mesmo assim, ninguém ganhou de goleada. Com exceção do fundo Argos FIA, que apresentou um ganho de 13,2%, os outros seis renderam de 2,2% e 0,1%. 
 

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                                                                                 Apenas sete de 286 fundos tiveram retorno positivo

Os gestores atribuem a zebra a um mercado que jogou na retranca. A crise na Europa as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia americana, além de incertezas sobre a China contribuíram para azedar os ânimos. No campo doméstico, a catimba na capitalização da Petrobras e incertezas sobre as commodities ajudaram na queda de 11% do Ibovespa entre janeiro e junho. 

Quem se deu bem? Fundos que não seguem à risca a carteira do Ibovespa, muito concentrado nas ações de empresas ligadas às commodities. “Os ganhos vieram dos setores locais. Estamos vendidos em commodities”, diz Felipe Prata, sócio da Nest Investimentos, responsável pelo Nest Ações Master FIA. O mesmo aconteceu com o Bogari Value FIA, que ficou praticamente no zero a zero. Com ações como Helbor, Tempo Participações, Contax, Kroton, Hering e Banco do Brasil, o gestor Flávio Sznajder, da Bogari Capital,espera um melhor desempenho para os próximos meses. “Alguns dos nossos casos de investimento vão se realizar de seis meses a um ano, o que faz com que a nossa carteira se valorize”, acredita.

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O que o investidor, que está vendo seu fundo perder de goleada, deve fazer? Antes de mais nada, manter a calma e não abandonar o jogo antes do apito final. Depois, é essencial conversar com o gestor ou o gerente para saber as estratégias do produto. “O cliente deve avaliar se o fundo tem potencial”, recomenda Nicholas Barbarisi, sócio da Hera Investimentos. Não é o caso de sair da renda variável por causa de um resultado negativo de um fundo em apenas seis meses. André Vainer, gestor de renda variável e sócio da XP Gestão de Recursos, lembra que não adianta olhar apenas o desempenho de curto prazo, mesmo quando ela é positiva. “Em 2009, o fundo XP Investor FIA subiu mais de 150% e entre janeiro e junho tem queda de 7,2%”, compara. O ideal é olhar o histórico de, pelo menos, um ano e meio, tempo suficiente para uma virada – ainda que seja na prorrogação.