26/11/2014 - 10:30
A S&P Dow Jones Índices anunciou, na segunda-feira 17, a criação de um novo índice, em parceria com a BM&FBovespa. O indicador vai reunir as ações mais líquidas do Brasil, ponderadas pelo peso dos setores no PIB. “Esperamos trazer inovações como índices de dividendos e de multiativos, por exemplo”, diz Alka Banerjee, diretora da S&P Dow Jones Índices. O lançamento indica a maturidade do mercado brasileiro em abrigar diversos índices. No entanto, eles só serão representativos se servirem de referência para fundos, alerta William Eid Júnior, professor da FGV. “A bolsa tem diversos índicadores e eles são pouco usados, exceto o Ibovespa e o IbrX”, diz Eid. “O que manda é o risco de mercado, que é bastante elevado.” Nesse cenário, uma boa opção são os índices de ações americanas, que devem render 15%, em média, neste ano. “São índices líquidos e que abrangem setores pouco cobertos pela bolsa brasileira”, diz Marco Avellaneda, professor da Universidade de Nova York. Segundo Fábio de Oliveira, estrategista de investimentos da GPS, do Grupo Julius Baer, no momento, os investidores estrangeiros não têm tido muito apetite pelo mercado local. “Vai levar dois ou três anos para o Brasil voltar a ser atrativo”, afirma.
Energia
Sem dividendos na Eletrobras
Com um prejuízo de R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, a Eletrobras cogita suspender dividendos em 2014. “Estamos com dois anos consecutivos de prejuízos e não deixamos de pagar dividendos, mas, neste ano, há a probabilidade real de não pagarmos”, disse Armando Casado de Araújo, diretor de RI, em teleconferência na segunda-feira 17. Em novembro, as ações caíram 15,4%.
Touro x Urso
O vaivém das ações permanecerá pautado pela definição da equipe econômica. Prognósticos da indicação de nomes próximos ao mercado vêm animando os investidores.
Metalurgia
Mineração enferrujada
O minério de ferro oxidou os balanços das mineradoras e siderúrgicas nos últimos resultados. Até setembro, o preço caiu 21%, o que levou a Vale a ter perdas de R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre, enquanto a Usiminas amargou um prejuízo de R$ 24 milhões. Na CSN, o lucro de 2013 tornou-se um prejuízo de R$ 250,1 milhões.
Papéis avulsos
Cielo vai gerir cartões do BB
Cielo e Banco do Brasil fecharam, na quarta-feira 19, um acordo para lançar uma nova empresa, ainda sem nome. A companhia, avaliada em R$ 11,6 bilhões, pertencerá 70% à Cielo e 30% ao BB. Será gerida pela Cielo, do CEO Rômulo Dias, e cuidará das transações dos cartões de crédito e débito do BB. A Cielo vai investir R$ 8,1 bilhões na nova companhia, ao passo que o BB entrará com ativos. Para fechar a conta, a Cielo emitirá debêntures e reduzirá o dividendo mínimo de 50% para 30% dos lucros. Na semana, as ações da Cielo subiram 10,4% .
Palavra do analista:
Os analistas da Concórdia Corretora afirmam que a notícia é positiva, pois diversificará os negócios e deve elevar o faturamento da Cielo. “No entanto, temos de atentar para o impacto do volumoso pagamento sobre seus números”
Bancos
Chineses refazem contas do BicBanco
Controlador do BicBanco desde agosto, o China Construction Bank (CCB) revisou a carteira de crédito da instituição brasileira, que, com isso, apresentou um prejuízo de R$ 368,6 milhões, no terceiro trimestre. O resultado negativo se deve a R$ 621,2 milhões em provisões para perdas, descritas como “ônus transitório, fruto da antecipação ao cenário econômico e não ao efetivo atraso no pagamento dos clientes”. No ano, as ações caem 22%.
Mercado em números
Eneva
R$ 5,05 bilhões - É o valor da dívida da empresa de energia, antiga MPX, no terceiro trimestre. Segundo a companhia, o objetivo para 2015 é reduzir esse valor e cortar os custos.
Brookfield
R$ 396 milhões – É o valor total dos 246, 2 milhões de ações adquiridas pela Brookfield Brasil Participações, controladora da Brookfield Incorporações, concluindo sua Oferta Pública de Aquisição.
Saraiva
R$ 130 milhões – É a nova projeção para o Ebitda da rede de livrarias, após reajuste do guidance. Anunciado na segunda-feira 17, esse valor era de R$ 210 milhões.
Magazine Luiza
R$ 80 milhões – É o valor do empréstimo que a rede vai tomar com o Banco do Nordeste para investir na construção de novas lojas e reformas na região.
Estácio
R$ 33 milhões - Foi o valor pago pela rede de ensino pela aquisição do Centro de Ensino Unificado de Teresina (Ceut), na terça-feira 19.