O Pequeno Príncipe, o clássico escrito pelo aviador francês Antoine de Saint-Exupéry (1900 ? 1944), comemora 60 anos de vida com o vigor de um garoto. Apesar de ter sido publicado pela primeira vez, em 1943, nos EUA, os franceses celebram a data na qual o volume foi lançado na França, em 30 de novembro de 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial. Para festejar o aniversário do menino de cabelos dourados e habitante do minúsculo planeta B 612, foram preparadas exposições e diversos eventos em todo o mundo ao redor do personagem. De pequeno ele só tem o nome. Diz-se que é o terceiro livro mais vendido da história, atrás apenas da Bíblia e de O Capital, de Karl Marx. É exagero, embora seja, sim, um sucesso traduzido em 160 idiomas. Os editores estimam em 90 milhões o número de exemplares desde 1943 – estatísticas mais conservadoras apontam 50 milhões. O certo é que, a cada ano, 1 milhão de unidades saem das livrarias. No Brasil, até hoje, foram vendidos 4 milhões de exemplares e, nos próximos meses, uma enxurrada de produtos da marca ?O Pequeno Príncipe? invadirá o mercado. ?Serão lançadas roupas, perfumes, brinquedos, artigos para casa e até computador?, diz Renato Zindeluk, diretor da Luk Marcas, a empresa responsável pelo licenciamento do personagem no Brasil. Ele divide a tarefa com a mãe, Sheila Dryzun, designer da joalheria Dryzun. ?Iniciamos com o lançamento das jóias em 2004 e depois conquistamos o direito da imagem do personagem no País?, diz Sheila.

Jóias: pingente da Dryzun em ouro e diamantes
A chegada de mais um personagem na área de licenciamentos promete esquentar um mercado que movimenta R$ 2,5 bilhões no Brasil. A idéia da dupla é reproduzir o fenômeno comercial visto ao redor do mundo. Atualmente, existem mais de 500 produtos com a cara do Pequeno Príncipe. No Brasil, por enquanto, há apenas jóias criadas pela Dryzun e materiais de papelaria fabricados pela Teca. ?Em três meses a nossa linha de cadernos, diários, fichários e outros produtos do personagem se tornou sucesso?, diz Walkyria Aguiar, gerente da Teca. ?Já representa 30% das nossas vendas?.

Injustamente, o livro levou a fama de título de cabeceira das misses, principalmente nos anos 1960. Uma nova leitura, adulta, ajuda a entender a mensagem de amizade, justiça e lealdade impressa por Saint-Exupéry. ?Ele representa a realização pessoal, a nobreza e o sucesso?, diz Pyr Marcondes, consultor especializado em avaliação de marcas. ?Tem muito potencial?. Para ganhar espaço nas prateleiras, entretanto, a marca terá um grande desafio: concorrer com personagens que estão na televisão diariamente, como Bob Esponja e As Meninas Superpoderosas. Neste quesito, os donos da marca no Brasil, que recebem royalties de 10% sobre o valor de venda do produto na fábrica, terão uma força. Em março, a atriz Luana Piovani estreará uma peça de teatro em que ela própria fará o papel do Príncipe mirim, com trilha sonora de Caetano Veloso. Em 2007, também será lançado um filme. Será mais um impulso para que o Pequeno Príncipe vire rei no Brasil.

90 milhões de livros vendidos desde 1943 é a estimativa dos editores. Estatísticas mais conservadoras apontam 50 milhões