12/02/2003 - 8:00
Primeiro foram os vinhos, depois as cervejas e, em seguida, os charutos. Agora, é a vez do champanhe ganhar espaços exclusivamente construídos para sua degustação. As champanherias já são casas conhecidas em Paris, Roma e, principalmente, em cidades da Espanha, onde os moradores podem embriagar-se logo pela manhã em charmosos bares onde se vendem os cavas (espumantes da Catalunha). Seguindo a tendência internacional, na capital paulista também a bebida já pode ser consumida em dois endereços requintados, que atendem desde apreciadores profissionais até aqueles que querem provar a bebida sem compromisso. Em breve, um edifício de luxo a ser lançado nos Jardins, em São Paulo, terá também uma champanheria somente para os moradores.
Tudo começou com a Champanheria Bar, também nos Jardins, inaugurada em maio do ano passado. O proprietário do local, Fernando Figueiredo, ambicionava difundir o hábito de beber champanhe no
País e facilitar a importação de novas marcas. Tem obtido
sucesso: a casa, que só abre mediante reservas, tem agenda cheia nos próximos dois meses. É um feito admirável, considerando-se que as reservas só podem ser feitas para grupos de, no mínimo, 50 pessoas. Há oito opções de champanhe (como a Krug Cuvéé Prestige, que sai a R$ 630), num total de 30 tipos de espumantes (incluindo proseccos e vinhos de vinícolas fora da região da Champagne, na França), que podem ser acompanhados por aperitivos que não agridem o paladar do bebedor, como toasties com mel e limão, caviar e queijos.
A Champanheria Bar já pode também gabar-se de alguns clientes cativos, como é o caso das 13 mulheres que, há sete anos, uniram-se para formar um grupo de apreciadoras do espumante e criaram a Confrarie Madame de Pompadour (nome da amante de Luís XV que adorava champanhe), sempre reunida no local. ?O objetivo é disseminar o consumo do champanhe, derrubando o tabu de que essa é uma bebida apenas para datas festivas?, diz a presidente das confreiras, Núbia Talarico de Camargo.
Inaugurada na mesma época que a casa de Fernando Figueiredo, a champanheria do Lizard Lounge ostenta o título de primeiro espaço patrocinado pela Chandon na América Latina. A champanheria funciona dentro da casa noturna de Fábio Nardeli e Fábio Vieira, no badalado bairro da Vila Olímpia, em São Paulo, mas só entra lá quem realmente vai consumir o espumante. Os freqüentadores podem optar por taças do Möet & Chandon Brut (a R$ 25) ou por um dos 16 tipos de champanhe à venda no local, incluindo uma Don Pérignon Rose comercializada a R$ 1.200.
Adegas climatizadas. A moda das casas exclusivas para o espumante na cidade chegou até os imóveis residenciais, como a champanheria do recém-lançado condomínio de luxo Hype Jardins. Projetado pela incorporadora Gafisa, o Hype Jardins é um empreendimento de 21 mil metros quadrados e 207 apartamentos voltados para um público classe A. ?Nosso foco são profissionais bem-sucedidos e solteiros com alto padrão de vida?, comenta Marcelo Junqueira, gerente de incorporação da Gafisa. Os privilegiados moradores terão espaço para armazenar suas próprias garrafas de champanhe em adegas climatizadas, numa área de convivência idealizada pela renomada decoradora Patricia Anastassiadis. ?Haverá também um funcionário especializado em bebidas que poderá orientar os moradores na escolha da melhor champanhe?, diz Junqueira.