Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ofereceram à Rússia medidas de fomento da confiança para interromper a crise da Ucrânia, de acordo com documentos publicados nesta quarta-feira (2) pelo jornal espanhol El País.

O jornal reproduziu imagens das cartas enviadas por Estados Unidos e a aliança atlântica em resposta às demandas de segurança que a Rússia apresentou em dezembro.

Fontes da Otan e da Rússia evitaram até agora formular comentários ou confirmar a autenticidade dos documentos.

De acordo com o jornal, em sua carta os Estados Unidos propõem à Rússia a adoção de “compromissos recíprocos (…) para se abster de implementar sistemas ofensivos de mísseis lançados da terra e forças permanentes com missão de combate no território da Ucrânia”.

Tanto os documentos dos EUA como os da Otan pedem à Rússia para restabelecer os laços diplomáticos com a aliança militar e renovar e renegociar os tratados de controle de mísseis nucleares com os Estados Unidos.

Também pediram a Moscou para voltar a se comprometer com o conselho Otan-Rússia, uma instância de contatos que “oferece diálogo e associação em vez de conflito e desconfiança”.

A Rússia também exigiu à aliança ocidental garantias de que nunca aceitará a adesão da Ucrânia e que retiraria suas forças instaladas em países que em algum momento foram aliados da União Soviética (como Polônia e Hungria).

No entanto, os países da Otan rejeitaram esse pedido para fechar as portas da aliança militar, embora nas cartas a Moscou mencionem “discussões significativas sobre controle de armas e diálogo com a Rússia sobre transparência mútua e medidas de fomento da confiança”.

“Nenhum outro sócio recebeu uma oferta de relação comparável ou um marco institucional similar”, menciona a carta da Otan divulgada pelo El País.

O documento, no entanto, aponta que “a Rússia quebrou a confiança no centro da nossa cooperação e desafiou os princípios fundamentais da arquitetura da segurança global e euroatlântica”.

Já a carta de resposta dos Estados Unidos destaca a disponibilidade para “considerar acordos com Rússia sobre questões de interesse bilateral, para incluir instrumentos escritos e assinados que abordem nossas respectivas preocupações de segurança”.

O governo de Washington também propôs renovar o Diálogo de Estabilidade Estratégica entre Estados Unidos e Rússia sobre acordos de controle de armas para “limitar os mísseis terrestres de alcance intermediário e curto e seus lançadores”.

A carta também adverte que “uma escalada russa para forçar a posição ou uma agressão adicional contra a Ucrânia obrigarão os Estados Unidos e nossos aliados a reforçar nossa postura defensiva”.