02/09/2025 - 15:03
O ouro fechou em alta nesta terça-feira, 2, e renovou máxima histórica, com o sentimento de risco nos dois lados do Atlântico diante da escalada de rendimentos soberanos nos EUA e na Europa. A prata também seguiu o movimento e alcançou maior nível em 14 anos.
O ouro com vencimento em dezembro fechou em alta de 2,16%, a US$ 3.592,2 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), depois de renovar recorde a US$ 3.595,0. Na segunda-feira, dia 1º, o metal precioso operou apenas em pregão eletrônico, devido ao feriado do Dia do Trabalho dos EUA, que deixou mercados fechados. A prata para dezembro teve ganho de 2,13%, a US$ 41,59 a onça troy, depois de bater máxima a US$ 41,99 a onça-troy.
O rali do ouro reflete demanda institucional e de BCs à medida que investidores saem dos juros dos Treasuries, pondera o Swissquote, em nota. O banco suíço aponta que as preocupações com dívida fiscal, rebaixamento de ratings, tensões comerciais e riscos geopolíticos estão acelerando a busca pelo metal precioso. Observa ainda que as reservas de ouro de alguns BCs já ultrapassaram a participação de Treasuries neste ano.
O TD Securities destaca que o iminente ciclo de cortes de juros do Federal Reserve (Fed) em condições financeiras ainda acomodatícias e os desafios a sua credibilidade também corroboram a “atração de capital do metal amarelo”. “O dólar está perdendo parcialmente sua função de reserva de valor, o ouro apenas está excepcionalmente posicionado para se beneficiar”, avalia o banco de investimentos canadense.
Outros metais preciosos também dispararam nos últimos dias. O Commerzbank aponta que os preços da prata subiram ao maior nível em 14 anos e ultrapassaram a marca de US$ 40 a onça-troy pela primeira vez desde 2011, graças em parte a significativa subvalorização do metal em comparação ao ouro. O banco alemão nota que há projeções de déficit na oferta da prata pelo quinto ano consecutivo.
Na Comex, a platina para outubro saltou 3,38%, a US$ 1.416,60, no maior nível desde julho, e o paládio para dezembro teve alta de 2,85%, a US$ 1.156,00, longe de recordes e com performance mais fraca que pares.